Esta semana, numa entrevista ao Jornal
Público, Manuel Machado, o regressado presidente eleito e empossado na Câmara
Municipal, afirmava -pressentindo-se com vincado orgulho- ter sido o
responsável pela pedonalização das Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz nas
décadas de 1990. Já o escrevi várias vezes, se para a solução criada nessa
altura nada há a apontar –já que a densidade populacional de transeuntes era
elevada-, hoje, constatando-se uma sentida desertificação de pessoas nestas
artérias, a continuar a tomar esse alegado remédio com vinte anos, pelo prazo
de validade expirado, se não houver reflexão, pode contribuir para a morte de quem cá está e tenta resistir. Pelas
declarações ufanas dá a parecer que o novo presidente não está aberto a
alterações ao passado e a novas soluções emergentes.
Com este regresso, uma vez que
Machado conhece bem a casa e as maleitas da Baixa, os comerciantes, muitos
deles agonizantes, geraram expectativas –esperando não serem goradas. Anseiam
por uma nova postura democrática para a discussão dos problemas que os afligem.
Uma das maiores barreiras sentidas nos últimos 25 anos foi o autismo, a falta
de diálogo, o esquecimento a que foram sistematicamente votados. Foi sempre o “quero, posso e mando”. Sem escutar quem
cá trabalha, reside e sofre. Se até aqui, em pró-forma, se fazia de conta que
se ouvia a associação representativa de classe, agora, esta desapareceu, morreu,
e os comerciantes estão entregues ao devir.
Por isso mesmo, apela-se ao bom senso deste novo executivo. Se assim não for
adivinha-se o resultado: os lojistas vão continuar a ser carne para canhão na frente de combate à crise.
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