Gosto da primeira página do “Campeão das Províncias” desta semana! E
por quê? Poderá interrogar o leitor. Muito simples: pelo título de “caixa alta” no uso da palavra puta! Sou
um modesto leitor de jornais mas, que me lembre, nunca vi no todo o nacional um
periódico usar na capa a palavra sem ser prostituta ou “p**a”. Fez mal? Claro que não. Fez muito bem! Detesto a
hipocrisia, e o que se pratica na imprensa portuguesa a este nível é uma
manifestação grosseira de falta de sinceridade. Mais, até me atrevo a escrever
que é uma falta de respeito com as profissionais do sexo. São resquícios de
antigamente, como quando a minha geração chegava à farmácia e deixava atender
todos os clientes para junto ao ouvido do farmacêutico mais velhote pedir
baixinho: “queria uma caixa de
preservativos, se faz favor!”. Era uma chatice se o vendedor de remédios
fazia que não ouvia e interrogava: “como?”.
Não havia chão que chegasse para nos enterrarmos.
Afinal se todos somos putas por que raio evitamos nomear a profissão
em que nos encaixamos? Quem me ler que nunca se prostituísse por necessidade, no
sentido de em qualquer momento da vida ter de se vender por um pataco, que ponha
o dedo no ar. O Governo é o primeiro a foder-nos,
por trás, pela frente e de lado, e nós ainda pagamos. É preciso escrever mais
alguma coisa? Ah… parabéns ao Campeão pela independência e uso da liberdade na
frontalidade!
TEXTOS RELACIONADOS
"Parecer e não ser"
"Rostos sem rostos: a prostituta"
"Carta aberta de uma puta"
""Para rir"
"Encerrou o Sol da meia-noite"
"Deverá a prostituição ser legalizada?"
"Uma mulher misteriosa"
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2 comentários:
Geni e o zepelim (Chico Buarque).
Abraço!
Amigo
Prazeroso, ler uma capa de jornal assim.
É como contar uma anedota do Bucage usando as letras todas!
Se por aqui houvesse foguetes de cana deitava um de salva!
Até é caso p'ra dizer "Puta que pariu!"
Um abraço mundano
Álvaro José da Silva Pratas Leitão
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