(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Ficámos a saber hoje, terça-feira, pelos diários
da cidade, que o concurso de adjudicação do Café Cartola, na Praça da
República, foi anulado por vício processual. Até aqui, embora se lamente e
alguém deva ser responsabilizado por isto, penso eu, tudo mais ou menos normal.
Se eu transcrever a notícia publicada do facto deste espaço camarário ter sido
concessionado pela importância de 12 mil euros continuo a chover no molhado.
Até agora nada tem de importante que requeira dois olhares ou faça saltar os
olhos do leitor.
Imaginemos, eu escrevia que o penúltimo
concessionário deveria pagar, por contrato, cerca de 1500 euros mensais e,
alegadamente depois de ter cravado a autarquia com uma insolvência, não pagou e,
segundo a imprensa, foram-lhe perdoados vários milhares de euros. Imaginemos
ainda que continuava a escrever que, depois de novo concurso, ao último
adjudicado foi atribuído o negócio por cerca de 14 mil euros e também não
cumpriu. Ficaram em débito cerca de 100 mil euros e com uma caução de trinta
mil –ou seja setenta mil vai pagar o “Zé”. Perante estes desaires, não é
preciso ser empresário espertalhão para verificar que, perante os valores
incomportáveis a raiar o escândalo, estamos perante uma espécie de visão de
óptica e seguida de poço da morte. Ora o que fez novamente o executivo
camarário? Numa irresponsabilidade, voltou a abrir concurso e aceitou uma oferta de 12 mil euros. As
perguntas são simples e directas. A primeira: quem é o especulador e louco? O
empresário ou a autarquia? A segunda: será que os senhores vereadores e
presidente incluído não teriam perdido o bom senso e estarão a brincar com o
nosso dinheiro?
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