Escrito informalmente, conheço o António
Rodrigues Melanda há vários anos. É advogado, logo, por isso mesmo, numa cidade
onde o “DR” está sempre presente e não
seguindo a formalidade é quase sacrilégio. Mas este Melanda, causídico, que eu
conheço bem e aprecio demais pela simplicidade impressa no seu rosto, é o
oposto do levar o estatuto antes do nome como obrigação.
Há muito tempo que ando para contar aqui a sua
história porque, tal como eu e outros tantos milhares da nossa geração, é um
homem do povo que subiu a corda a pulso e não esquece cada nó que lhe causou
calosidades e fez dele o que é hoje. Para eu não falar da sua vida, foge de mim
como o diabo da cruz. Mas hoje não podia. Não lhe dei hipótese! Apontei-lhe o Código de Procedimento da Estima e Amizade e
ele, sem argumentos de fundamentação, rendeu-se. A trabalhar no seu escritório,
na Rua Figueira da Foz, o António comemorou esta semana 70 anos e, como tal,
não podia escapar à minha, à sua e à de tantos amigos que gostam dele a uma
grande salva de palmas de parabéns.
Sempre que me cruzo com ele, em metáfora,
comparo-o com um sobreiro no montado. Sempre erecto, antes quebrar que torcer,
senhor de uma sensibilidade à flor da pele, é o amigo certo, no lugar certo, na
profissão de sentença incerta para lutar contra as arbitrariedades que dividem
os humanos. Caiu no Direito por exclusão de partes, mas hoje sente que é o curso
da sua vida e que diariamente lhe permite intervir nas injustiças societárias.
Parabéns António Melanda, meu amigo, por ser quem é.
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