QUEM ÉS TU?

Eu caminhava sozinho pelo deserto da senda proibida,

para trás, nas areias varridas pelo vento destruidor,

caíram espíritos bons que me acompanharam na vida

e por altruísmo, até sacrifício, me deram muito amor,

recordarei sempre, como marcos, na memória esculpida,

como sombra surgiste do nada, do éter, do tórrido calor,

trazias crença, espiritualidade, em força de margarida,

deste a mão, molhaste os meus lábios, foste o meu alvor,

como o luar se entrelaça no mar em noite de Lua ungida,

soergueste-me, encheste a minha alma com perfume de flor,

ganhei ânimo, recuperei a fé, a luz, a esperança perdida,

estou mais forte, estou em dívida contigo, sou devedor,

bem-haja, para ti mulher de longe, que foste aparecida,

quem sabe, não fosses tu enviada por Deus salvador,

preocupado comigo, ou contigo, com a sorte combalida,

ou um destino já programado nos raios de um sol-pôr?

Quem és tu, assombração, minha querida atrevida?

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