É um facto. Depois do reconhecimento da cidade
como Património Mundial da Humanidade, pela Unesco, em Junho de 2013, as ruas passaram
a ser mais frequentadas e há muitas alturas que é um prazer, um contentamento para
os olhos, sentir o movimento que nos transporta para outros tempos.
Há muito para fazer. Muito mesmo! É urgente um
plano-director municipal para a Baixa. Saber o que se quer fazer para o futuro
desta zona histórica. É preciso estudar as actividades em presença e saber o
que temos em excedente e o que faz falta. E se há carência de ramos comerciais
que desapareceram é necessário fomentar o seu regresso. Era tempo de tratar a Baixa
com dignidade, passando das promessas aos actos, e não se continuar a servir dela
apenas para ganhar eleições.
É certo que estamos perante a teoria do meio copo.
Para uns, sobretudo para quem cá está todos os dias, está área está cada vez
pior e nem descola nem avança. Para outros, para quem vem de novo, está muito
melhor e mais bonita. Uma ilacção se extrai: na sua dinâmica natural, Coimbra e
este perímetro comercial está sempre em transformação. Porém, era bom que esta
mudança fosse orientada por estudos e por quem é eleito para o fazer e não acontecer
ao deus-dirá por quem procura uma ocupação comercial para conseguir ganhar a vida. É preciso que a Baixa tenha
movimento após as 19h00 e para isso é necessário haver uma discriminação
positiva para que os estabelecimentos hoteleiros, sem grande entrave e desde
que constituam uma mais-valia, possam colocar umas mesas à frente dos seus
negócios. Exige-se sensibilidade para quem decide. Ou seja, que no mínimo deixe
correr o que está a contribuir para uma modificação essencial. Já que pouco fazem
para orientar, ao menos, não estraguem. Os exemplos estão à mão de semear e à
vista de todos. Desde a Praça 8 de Maio, passando pela Rua Ferreira Borges, ao Largo da Portagem, à Praça do
Comércio, ao largo da Freiria, à Rua do Corvo e a Rua das Azeiteiras –esta artéria
está transformada num bonito postal-ilustrado da Baixa de Coimbra e a fazer
lembrar o Bairro Alto. É natural que, por vezes, possa haver insegurança mas
esta questão deve ser tratada localmente e sem que se ponha em causa a pequena
revolução que está a acontecer na noite do Centro Histórico. É preciso a todo o
custo repovoar o isolamento e quebrar o silêncio sepulcral que, há mais de uma
década, por aqui se instalou depois do pôr-do-Sol. A questão que se coloca para
os poucos moradores, a maioria velhos, é escolherem um sossego exposto a
assaltos, a estabelecimentos e a particulares, ou, dando um pouco da sua
tranquilidade e terem as ruelas e becos cheios de gente, ganharem segurança e gosto por
viver aqui. Claro que é preciso haver harmonização de interesses e nenhum
deles, empresários ou residentes, esquecendo a boa convivência necessária, pode impor
o seu direito egoísta sobre o outro. Mesmo em confronto, para os dois há obrigações
que os colocam no mesmo lado, por que ambos procuram o mesmo: o progresso da
cidade. É como uma balança. Num dos pratos está o interesse comercial que leva
ao desenvolvimento, no outro está o legítimo direito ao descanso. Vamos todos colaborar?
1 comentário:
Meu caro,
eu já colaboro diariamente com a minha ólifanteShop nas Escadas Quebra Costas.
Sempre que possível estamos presentes nas feirinhas e mercadinhos da Baixa.
Mas será que não em estarei a intrometer...? É que para a APBC a Rua do Quebra Costas não "faz parte" da Baixa.
Tenho algumas ideias que gostaria de partilhar contigo que visam a dinamização da Baixa de Coimbra, mas incluíndo, claro, o Quebra Costas!
Penso que nso últimos 10 fins-de-semana tivémos um bom exemplo do que é criar dinâmica, com o Jazz@Quebra. E tudo sem qualquer apoio do Município! Fantástico. Imaginemos então se houvesse apoio às ideias e vontades dos empresários do comércio da Baixa de Coimbra...e do Quebra Costas, claro!
Temos que ir almoçar um destes dias para trocar ideias... ;-)
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