(Imagem da Web)
Quem faz o favor de ler os disparates que vou
escrevendo deverá saber que volta e meia lá vou mandando umas ferroadas na nossa imprensa local –claro
que só fala mal dos outros quem tem telhados
de vidro, e que se lhe diga, mas isso é outra questão de somenos e não
interessa nada para aqui. Ora esta semana, para meu gáudio, vou dizer bem.
O Campeão das Províncias desta semana –e quanto
a mim numa reviravolta de 180 graus tendo em conta os escritos anteriores nesta
coluna- traz umas “vinagretas” de se
lhe tirar o chapéu. Apetece ler e repetir. Desde a primeira, “Alucinações” até à última “Justa homenagem” sente-se uma imperceptível
crítica independente e necessária num jornal local. Não sou apologista de que
um órgão de comunicação social tenha de ser, apenas por ser, anti-poder. Deve
ser crítico, escrutinador desse mesmo poder, quando tem de o ser e, quando
assim o entenda dentro da sua discricionariedade, deve e pode ser o contrário. O que quero dizer com isto? É que
o leitor, ao ler, deve inferir um sentimento de independência traduzido num
princípio de equidistância entre quem escreve, o jornalista, e o poder
observado. O leitor não pode pensar que poderá haver um qualquer ressentimento
contra alguém ou entidade e o jornal poder ser utilizado como arma de arremesso por quem escreve nesse mesmo órgão de comunicação social –e esta prosa também me
serve para mim por ser colaborador semanal n’O Despertar.
Voltando às “Vinagretas” desta semana, e repetindo, estão fantásticas. Acutilantes
qb, quantidade que basta. Sobretudo a pergunta da semana, na
dita coluna. Vou transcrever: “Quem é o ex-presidente de junta do concelho
de Coimbra que, investido em novas funções, deixou, pelos vistos, de “conhecer”
os antigos colegas, com quem partilhou nos últimos anos inúmeras reuniões e
outras tantas assembleias municipais?”
Ora é aqui que queria chegar: como é o caso
presente, um jornal, mesmo sem plasmar o nome do visado, pode perfeitamente ser pedagógico, proactivo, e contribuir para a sua educação e formação social. E tudo no
interesse do citado e antes que a sua figura se torne de tal maneira ridícula e
que o comecem a apodar de “cagão do
telemóvel”. É evidente que cagões há
muitos e, no fundo, no fundo, é mais um! Mas, tendo em conta que este
personagem até fez um bom trabalho anteriormente, creio que esta chicotada jornalística foi o bastante
para ele verificar que não estava a enveredar pelos melhores caminhos e nem
pelas melhores companhias. Desde que, ilusoriamente, subiu ao altar dos nomeados passou a andar com gente que, em três tempos, lhe
faz o seu funeral político, encomenda-lhe alma ao diabo e apaga-lhe o nome das
listas no partido. O homem é inteligente e tem valor. É preciso que se diga! Gosto
dele e pronto! Por isso mesmo, vamos dar-lhe algum tempo para se redimir e
entender que os gajos que estão agora no degrau debaixo amanhã podem trocar de
posição com ele. Até porque quatro anos passam depressa e… mesmo dentro destes
quarenta e oito meses muita coisa pode acontecer! O que sei dizer é que esse
tal citado que hoje encontrei nos subúrbios da cidade não tem nada a ver com o “cagão do telemóvel” de antes desta
edição do Campeão. Será esta mudança
uma causa consequencial do efeito das “Vinagretas”?
Será? Se calhar...!
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