“Os cerca de 4.500 refugiados que
Portugal se prepara para receber vão ter médico de família no prazo de uma
semana e estarão isentos do pagamento de taxas moderadoras, revelou hoje à Lusa
o diretor-geral da Saúde”. Continue a ler aqui.
Que ajudemos todos os nossos vizinhos. Dentro dos nossos meios possíveis, no espírito de amparar sem olhar a quem, que auxiliemos todas as pessoas desconhecidas é
(deveria ser) um imperativo categórico de cidadania. Porém há um cuidado que
tem de se ter sempre em conta: antes de apoiar os de fora, obrigatoriamente,
devemos cuidar dos nossos, da nossa família, dos nossos pais, dos nossos
filhos, da nossa esposa, da nossa ex-mulher, dos nossos irmãos e até outros
mais afastados na prole. Numa escala hierárquica de valores, pelo bom-senso, primeiro os nossos
e só depois os outros. Fazer o contrário, é ser-se estúpido, egoísta –por que o
egoísmo tem várias formas. É querer dar nas vistas, fazendo da solidariedade
uma bandeira hasteada em nome da caridadezinha calculista e mesquinha.
O que se está a fazer com os refugiados,
dando-lhes casas, atribuindo-lhes médicos de família e isentando-os do
pagamento de taxa moderadora, é um escândalo nacional. O que se está a fazer
é discriminar os portugueses de mais baixos rendimentos. Em nome de um
interesse político frio e abjecto, orientado para a manipulação de massas acríticas
-estas que, em síndrome de carneirada, não vislumbram o bem do mal- está a desenvolver “goulags”, ilhas de exclusão.
Só para exemplificar um caso, de entre muitos
que tenho denunciado, no último Sábado encerrou a Sapataria Clarinha, do Paulo
Simões, na Rua da Louça. Este comerciante, de 49 anos, que chegou a ter, ex-aequo, um pequeno restaurante na
mesma rua, está em processo de falência, empresarial e particular. Vai ficar sem a sua casa de família e fica sem
meios de subsistência e sem direito a qualquer subsídio de desemprego. Anda a
correr de Seca para Meca para ver se consegue resistir. Como se adivinha, para
este homem que trabalhou desde criança, as dificuldades estão a ser terríveis
de ultrapassar e as portas fechadas são mais do que muitas. Está sem nada! Até sem meios
para se deslocar na procura de emprego em outra cidade próxima.
Ainda esta semana, ou talvez na próxima, um
grupo de colegas irá de porta-em-porta pedir uma ajuda para este comerciante
falido que, num desrespeito de indignidade, em nome da justiça, deveria ter direito
a um subsídio de subsistência e não tem –embora já promulgado, para entrar em
vigor em Janeiro deste ano, o diploma governamental mantém-se em banho-maria e,
embora com vários milhares de requerentes, até agora, nenhum foi contemplado
com a necessária ajuda –a desculpa é que os processos estão em apreciação.
Agora digam-me, ao ler as benesses atribuídas aos migrantes e deixando este Paulo, o Asslam e a Clara e outros Armindos, que conheço bem, ao abandono mais desprezível do que se fossem animais, como é que posso respeitar estes nossos políticos de merda? Numa fúria incontrolável, só me apetece dizer: VÃO-SE FODER!
Agora digam-me, ao ler as benesses atribuídas aos migrantes e deixando este Paulo, o Asslam e a Clara e outros Armindos, que conheço bem, ao abandono mais desprezível do que se fossem animais, como é que posso respeitar estes nossos políticos de merda? Numa fúria incontrolável, só me apetece dizer: VÃO-SE FODER!
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