Já aconteceu o mesmo em Janeiro deste ano.
Mais uma vez a Feira de Velharias deste Novembro, que se realizou hoje, quarto
sábado do mês, na Praça do Comércio teve vários automóveis estacionados no meio
do certame durante todo o santo dia.
Era grande a indignação de alguns
vendedores com quem falei, um deles, meu conhecido e que faz várias feiras no
país, comentou assim: “esta pouca
vergonha só se vê aqui! Vocês não têm Polícia Municipal para obrigar estes
abusadores a cumprir? Por causa das esplanadas o espaço da feira tem vindo a
encolher cada vez mais. Por este andar, qualquer dia já não sobra espaço para
ninguém. É uma falta de respeito! Eu venho de Lisboa!”
De facto, e
desde há quase uma década para cá, já escrevi várias crónicas sobre o
desenvolvimento deste mercado de artigos antigos. Quer no antigo regime –no tempo dos outrora presidentes da edilidade Carlos
Encarnação e Barbosa de Melo- quer no actual este importante polo de
dinamização da cidade continua ao deus dirá. Desde o primeiro texto, e ainda
não havia tantas esplanadas como agora, que defendi que a alegoria deveria ser
estendida para os largos e ruas em redor da Praça do Comércio. Se a Câmara
Municipal, pelouro da Cultura, continua a abandonar esta festa, qualquer dia
acaba por falta de comparência de vendedores.
EM DEZEMBRO NÃO VAI
HAVER FEIRA
Com muita revolta à mistura, vários vendedores
comentavam a decisão de não se realizar a feira de Natal, que, se houvesse, aconteceria
no dia 26 de Dezembro. Ao que parece e segundo alegações, seguindo o exemplo de
Aveiro, a edilidade não se disponibilizou a antecipar a data da feira para uma
semana antes. Sabendo que, pelo facto de no dia a seguir ao Natal a cidade estar
vazia de movimento, seria um mau dia de negócio a maioria de vendedores
pronunciou-se no sentido de não comparecer. Resultado: o pelouro da Cultura
optou pela não realização. Não é preciso ser muito inteligente para verificar
que estamos perante uma burrice, uma aselhice do tamanho da Universidade.
O ESPAÇO VAI SER PAGO?
Segundo o que consegui perceber, depois de um inquérito
aos expositores e de algumas alterações, tudo indica que esta Feira de Velharias vai deixar de ser
franca, isto é, seguindo o exemplo de praticamente todas as cidades, a partir
do próximo ano, todos vendedores pagarão em função do espaço ocupado. E está
errada esta opção camarária? Quanto a mim está correcta… com um porém. É
preciso que parte da verba cobrada seja investida na promoção do certame, como
publicidade, por exemplo. Quando em outras cidades vemos faixas nas estradas a
anunciar os eventos, em Coimbra nunca se faz nada. Parte-se do pressuposto de
que todos sabem.
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