(Imagem da Web)
VEM AÍ O NATAL
É Novembro, as folhas, cansadas de uma
vida presa, vão caindo lentamente,
dando lugar
a outras que nascerão de novo na Primavera em sua substituição,
o Outono, em
sopro de brisa suave, vai caminhando em busca do seu sucessor,
o tempo, na sua
marcha lenta, dá uma das suas muitas faces
de quarto-crescente,
as
andorinhas, abandonando seus ninhos, já partiram em busca de outro chão,
deixando
memórias vivas, construídas em beirais, de uma vida errante, o lavor,
percorrendo
milhares de léguas, atravessando continentes, vão regressar alegremente,
com os novos
rebentos arbóreos, num milagre de luz, irão recomeçar a multiplicação,
no seu intenso
chilrear ao entardecer, mostrarão que a felicidade é apenas um clamor,
um sentir
dentro do peito, um bater no coração, uma flor que cresce, uma semente,
um rio de
águas calmas, um prado verde beijado pelo Sol, as palavras de uma oração,
numa roda
natural, a seguir ao frio de geada, inevitavelmente, virá o tórrido calor,
por mais
hecatombe que aconteça, em equilíbrio, tudo tenderá para o ausente,
um porvir de
mudança, um futuro de esperança, uma existência nova, uma bênção,
um Natal solidário,
uma quadra solta de poesia apócrifa, uma perene época de amor.
Sem comentários:
Enviar um comentário