Cerca das 14h00, o perímetro calculado entre o
Arco de Almedina e o antigo Governo Civil foi invadido por vários carros
de bombeiros e alguns agentes da PSP e foi interditado. Ao que parece,
tratou-se de um intenso cheiro algo parecido com gás que, presumivelmente,
sairia de um edifício próximo do antigo Teatro de Sousa Bastos. Depois de ter
sido inspeccionado o prédio e não se ter concluído a origem de tais vapores, “muito parecidos com gases”, os homens
da paz, na paz dos anjos, regressaram ao quartel sem terem detectado a origem da
exalação.
Quem faz o favor de ler este blogue deve saber
muito bem que perante um facto não nos quedamos nos “talvez”. Isso é que era bom! Quando há uma reacção, efeito, naturalmente,
tem de haver uma causa que lhe deu origem. É claro que para chegar ao fundo das
coisas dá trabalho –se dá! Mas, embora o pagamento seja uma treta, aqui
trabalha-se duro. Porque vamos lá ver: detectou-se ou não um cheiro intenso a
algo pútrido? É verdade! Então é preciso investigar. E foi o que fizemos.
Enviámos para a rua o “Olho de Lince”,
o nosso correspondente para as questões mais intrincadas, e, como sempre, ele
fez o seu trabalho.
Segundo o seu relatório, depois de falar com
meio-mundo, “salatinas” e “chibatas” residentes no triângulo entre
o Arco de Almedina, o antigo palacete do Governo Civil e o Largo da Sé Velha, o
nosso jornalista-espião chegou à conclusão de que efectivamente houve uma fuga
de gases na zona identificada. É evidente que sabemos tudo mas, como se deve
calcular, temos de preservar as fontes que pediram o anonimato e, sendo assim,
só poderemos esclarecer o fenómeno parcialmente, isto é, sem entrar em grandes
pormenores. Alegadamente, tudo teria começado já ontem ao entardecer em várias
repúblicas de estudantes desta área da Alta. Tudo indica que o jantar, em todas
as residenciais estudantis, foi feijoada à moda do Porto e regada com tinto
carrascão. E qual seria a intenção? Fazer uma grande farra? Perguntamos nós
numa certa inocência. Não senhor! Não se tratou de uma patuscada mas antes de um
grito de revolta! Quer dizer, um grito se calhar está mal dito. Foi uma
peidaria colectiva de insurreição, assim é que é! Hoje, mal bateram as duas badaladas
na cabra, na torre da Universidade,
várias dezenas de universitários desapertaram os cintos das calças, apontaram o
cu para a Lua e trás! Ou melhor: traque,
traque, traque!
E agora, que já temos “o quê”, “onde”, surge
outra pergunta: “porquê?”. Segundo
testemunhas oculares, e continuando a citar o “Olho de Lince”, a posição de cócoras dos repúblicos foi em leque e
indicava a Câmara Municipal e a Universidade de Coimbra. Por aqui já se vê que,
sem dúvida nenhuma, as bufas malcheirosas tinham por alvo as duas instituições.
Chegar ao objecto da reclamação também foi fácil: os estudantes querem uma
resposta das duas entidades para a questão de encerramento de algumas
repúblicas na urbe. Segundo o depoimento de um repúblico, “desta vez ficámos só pelo meio-gás e cagámo-nos só para a Alta mas, de
aqui para frente, a nossa forma de luta vai endurecer –só em fluídos, está de
ver. Na próxima manifestação contamos injectar gases na cidade toda! Isto foi o
primeiro aviso!”
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