quinta-feira, 5 de novembro de 2015

UM CHEIRO ESQUISITO, QUE PARECIA GÁS, NO SOUSA BASTOS






Cerca das 14h00, o perímetro calculado entre o Arco de Almedina e o antigo Governo Civil foi invadido por vários carros de bombeiros e alguns agentes da PSP e foi interditado. Ao que parece, tratou-se de um intenso cheiro algo parecido com gás que, presumivelmente, sairia de um edifício próximo do antigo Teatro de Sousa Bastos. Depois de ter sido inspeccionado o prédio e não se ter concluído a origem de tais vapores, “muito parecidos com gases”, os homens da paz, na paz dos anjos, regressaram ao quartel sem terem detectado a origem da exalação.
Quem faz o favor de ler este blogue deve saber muito bem que perante um facto não nos quedamos nos “talvez”. Isso é que era bom! Quando há uma reacção, efeito, naturalmente, tem de haver uma causa que lhe deu origem. É claro que para chegar ao fundo das coisas dá trabalho –se dá! Mas, embora o pagamento seja uma treta, aqui trabalha-se duro. Porque vamos lá ver: detectou-se ou não um cheiro intenso a algo pútrido? É verdade! Então é preciso investigar. E foi o que fizemos. Enviámos para a rua o “Olho de Lince”, o nosso correspondente para as questões mais intrincadas, e, como sempre, ele fez o seu trabalho.
Segundo o seu relatório, depois de falar com meio-mundo, “salatinas” e “chibatas” residentes no triângulo entre o Arco de Almedina, o antigo palacete do Governo Civil e o Largo da Sé Velha, o nosso jornalista-espião chegou à conclusão de que efectivamente houve uma fuga de gases na zona identificada. É evidente que sabemos tudo mas, como se deve calcular, temos de preservar as fontes que pediram o anonimato e, sendo assim, só poderemos esclarecer o fenómeno parcialmente, isto é, sem entrar em grandes pormenores. Alegadamente, tudo teria começado já ontem ao entardecer em várias repúblicas de estudantes desta área da Alta. Tudo indica que o jantar, em todas as residenciais estudantis, foi feijoada à moda do Porto e regada com tinto carrascão. E qual seria a intenção? Fazer uma grande farra? Perguntamos nós numa certa inocência. Não senhor! Não se tratou de uma patuscada mas antes de um grito de revolta! Quer dizer, um grito se calhar está mal dito. Foi uma peidaria colectiva de insurreição, assim é que é! Hoje, mal bateram as duas badaladas na cabra, na torre da Universidade, várias dezenas de universitários desapertaram os cintos das calças, apontaram o cu para a Lua e trás! Ou melhor: traque, traque, traque!
E agora, que já temos “o quê”, “onde”, surge outra pergunta: “porquê?”. Segundo testemunhas oculares, e continuando a citar o “Olho de Lince”, a posição de cócoras dos repúblicos foi em leque e indicava a Câmara Municipal e a Universidade de Coimbra. Por aqui já se vê que, sem dúvida nenhuma, as bufas malcheirosas tinham por alvo as duas instituições. Chegar ao objecto da reclamação também foi fácil: os estudantes querem uma resposta das duas entidades para a questão de encerramento de algumas repúblicas na urbe. Segundo o depoimento de um repúblico, “desta vez ficámos só pelo meio-gás e cagámo-nos só para a Alta mas, de aqui para frente, a nossa forma de luta vai endurecer –só em fluídos, está de ver. Na próxima manifestação contamos injectar gases na cidade toda! Isto foi o primeiro aviso!”



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