(Foto furtada ao Notícias de Coimbra)
Segundo a imprensa local, o cortejo da Festa
das Latas estava anunciado para o Domingo passado. Ao que parece, “para proteger a segurança de todos os
intervenientes”, Bruno Matias, presidente da Direcção-Geral da Associação
Académica de Coimbra (DG/AA), decidiu cancelar o evento neste dia devido ao
previsível mau tempo, que se augurava com chuva torrencial entre as 17 e as 19h00,
e informou que seria realizado nova festa nesta próxima Sexta-feira.
A decisão de adiamento por parte
da organização da Festa das Latas e Imposição de Insígnias não foi acatada por
todos os estudantes e a comitiva prosseguiu e, com grande ruído, invadiu o
habitual trajecto até ao Parque da Cidade.
O EXECUTIVO EMENDOU A
MÃO?
Quem leu a imprensa local de Segunda-feira e
tomou conhecimento do anúncio de alteração para a próxima Sexta-feira, tal como
eu, ter-se-á perguntado quem se julgará o presidente da DG/AA para decidir em
cima do joelho uma nova data sem consultar o executivo camarário? Se calhar, dá
para pensar, toma-se por dono da cidade –o que não é de excluir de todo pelo
comportamento de cócoras da Câmara Municipal perante os estudantes seguido nos
últimos anos.
Hoje, Quarta-feira, tomámos conhecimento da
comunicação da DG/AA e ficámos a saber que “esta alteração prende-se pelo facto da Comissão Organizadora ter sido,
durante o dia de hoje e sem que nada o fizesse prever, informada pelo executivo
camarário que o parecer definitivo de algumas entidades, depois de considerados
todos os cenários, só seria positivo no caso do evento ser alterado para
domingo”.
O que, pela implícita crispação contida
no comunicado, dá para imaginar dois cenários: o primeiro, a DG/AA, antes de
tomar a decisão, no Domingo, teria consultado o presidente do executivo, Manuel
Machado, ou qualquer vereador e estes, sem pensar duas vezes, concordaram com o adiamento para a
sexta-feira seguinte. O segundo, julgando-se dona do quintal a DG/AA tomou a
decisão de adiar e marcar a nova data sem ouvir alguém do executivo.
De qualquer modo, tivesse ou não
conhecimento prévio e dado a sua concordância, esta nova posição da Câmara
Municipal está correcta. Ou seja, em permitir que o cortejo seja realizado no
próximo Domingo e não num dia de semana. Não faria nenhum sentido interromper
uma parte da cidade a uma Sexta-feira –só porque dá jeito em manter cá os
estudantes e antes de partirem para vacances.
É PRECISO INVESTIGAR E
RESPONSABILIZAR O CARRILHÓMETRO
Num filme de trinta minutos de parte da Latada,
captado pelo meu amigo e colaborador Alex Ramos, que foi realizada por alguns
universitários no último Domingo, para além dos excessos –que nem vou comentar-
contei 33 carrrinhos de supermercado a serem empurrados pelos alunos. Sabendo
todos que, nos últimos anos, os carros ficam abandonados na via pública quando
não são jogados para o Rio Mondego –o que deu origem a uma campanha para tentar
evitar esta destruição ambiental-, pergunta-se: o que fez o executivo, até
agora, para responsabilizar as grandes superfícies da omissão, por negligência,
de obrigatoriamente cuidar dos bens de sua propriedade? Mais: no jornal online “Notícias de Coimbra” pode ver-se uma
foto com um presumível funcionário do Continente a incorporar o cortejo. Será assim, ou andará pura e simplesmente a fazer a recolha? Para além
do colete identificativo, pode ver-se no bolso traseiro um telefone portátil
normalmente usado por pessoal de segurança. E novamente outra pergunta: os
carrinhos, numa espécie de cegueira fingida e tácita, são gentilmente cedidos
pela marca aos estudantes? Se é assim, a meu ver, esta posição ambígua, entre a
negligência e a intenção deliberada da marca, é mais grave do que parece. Por
isso mesmo, é obrigação do executivo camarário colocar isto em pratos limpos.
Ou, tal como até aqui, é preferível fazer de conta que não se passa nada?
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