(Para visionar o vídeo clique em cima)
Vídeo: Alex Ramos
Texto escrito a quatro mãos por Alex Ramos
e Luís Fernandes
Gostava
que, resumidamente e com a sua maneira tão característica de escrever, publicasse no blogue duas questões:
O
poder político, através de pequenas coisas, tem obrigação de desenvolver acções
para fazer ver a todos que é bom viver nesta cidade milenar, rica em história.
Temos uma das mais antigas e belas universidades do mundo, com a sua Biblioteca
Joanina. Só agora, depois do reconhecimento da Unesco, a cidade começou a
explorar o seu verdadeiro potencial turístico mas, atenção, é preciso planear e
reorganizar a oferta. É preciso criar a ideia a quem nos visita que a urbe,
apesar dos inúmeros “mamarrachos”
espalhados pela Baixa, ainda que paulatinamente está a ser preservada. É
importante que quem nos vistoria, no regresso, leve consigo a mensagem da Balada da Despedida, do 6º Ano
Médico, de 1958, de Machado Soares: “Coimbra
tem mais encanto na hora da despedida”.
Coimbra
é diferente de todas as cidades de Portugal. Aqui respira-se a saudade, o
romantismo, a cultura, o misticismo e, acima de tudo, a irreverência estudantil
tão característica da Lusa Atenas. As suas Repúblicas vão desaparecendo e a
Câmara Municipal assobia para o lado. Estes espaços deveriam ser preservados. São
únicos e fazem parte da alma da cidade. Porventura, será talvez a única a ter
tais características. Este património, entre outros imateriais como fado, deve
ser mostrado e não -como está acontecer- somente a monumentalidade –suba-se até
à colina universitária e verifique-se o amontoado de autocarros estacionados junto
às faculdades e perto da Porta Férrea. Cada um pergunte a si mesmo se gosta do
cenário. Se aquele local sagrado será o indicado para despejar os turistas.
Talvez seja por isso que D. João III, no Pátio das Escolas, se mantém de costas voltadas para esta paisagem pouco dignificante.
Para
o bem de todos, temos de ser capazes de fazer mais e melhor. Bem vemos que já
se fez bastante mas temos de ser mais exigentes. Por exemplo, realizam-se as
noites de verão na Praça 8 de Maio, promovidas pela autarquia, porque não fazer
também espectáculos durante o dia? E até poderiam ser na Praça do Comércio, nas
escadas da Igreja de S. Tiago, já que este local até possui boa acústica. Assim
seria uma forma obrigatória de desviar os turistas para as ruas estreitas.
Segundo, em relação à noite, tenho para mim
que a edilidade não respeita quem tem se levantar cedo para ir trabalhar.
Porque digo isto? (veja-se o vídeo em cima) Acho mal as ruas largas estarem bem
iluminadas durante a noite e até às 7h00. Pelo contrário, as estreitas e até a
Praça 8 de Maio, no nocturno e até à mesma hora, estão envolvidas em negrume. A
escuridão cria uma psicológica sensação de insegurança e para além de não se ver onde se colocam os pés. Era preciso tomar atenção ao acender e apagar dos
candeeiros públicos. À noite, cerca das 19h00, começam a dar luz muito tarde –deixando a Baixa mais
de uma hora em completo breu- e durante a manhã apagam-se muito cedo.
Parece-me, é uma questão de bom senso. Se
estamos no Outono e os dias ficam mais pequenos é evidente que será preciso
ajustar os relógios reguladores. É necessário fazer um desenho?
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