POEMA PARA TI, FILHO
Quando me lembro de ti tão pequenino,
a arremessar
o teu primeiro grito,
comparei-te
com sonoro tocar do sino
em tarde
cortada por povoado aflito;
Dos braços da tua mãe te acolhi,
com tantos
beijos te assinalei,
nas minhas
mãos ao céu te ergui,
pela tua
vinda, como criança chorei;
Contigo pela mão, levava-te à Joaninha,
à loja de
brinquedos do João Monteiro,
era em
frente à Câmara, na Baixinha,
onde o prometido
Metro foi coveiro;
Cresceste, de infante a adolescente,
senti-te um melro
a voares da minha mão,
um papagaio
de papel em busca do ausente,
tão precoce,
como a bala disparada de canhão;
Hoje, homem em busca da
espiritualidade,
como estrela
sem brilho perdida no Universo,
errante,
procuras um caminho para a felicidade,
mas o
contentamento é uma Atlântida submersa;
Gostava de te dizer, meu filho, o
quanto te amamos,
mas não
podemos retirar os espinhos dos teus caminhos,
és tu que
tens de desbravar, é tudo o que desejamos,
pega a vida
pelos cornos e desampara-te dos paizinhos.
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