Segundo o Diário de Coimbra (DC) deste último
Sábado, a Praça das Cortes, em Santa Clara, vai ter um (novo) parque de
estacionamento para 175 lugares –a pagar. Numa primeira leitura a notícia até
pode cair bem se levarmos em conta que se irá requalificar uma zona já há muito
degradada e a necessitar de arranjo urbanístico. Lembro que, até agora, é a
única grande área próxima da Baixa disponível para estacionar gratuitamente –como
se sabe, no miolo urbano existe um pequeno espaço no Terreiro da Erva que,
conforme foi anunciado, com as obras próximas desaparecerá.
Ora, com este projecto de concurso apreciado
hoje em reunião de Câmara, dá para ver que este executivo, a todo o custo e sem
levar em conta interesses maiores, quer destruir qualquer espaço gratuito para
servir a cidade e nomeadamente a Baixa comercial. Em especulação, é como se
dissesse que quem vier de carro comprar à Baixa está obrigado a pagar bilhete,
ou então, em alternativa, o visitante tem à sua inteira disposição,
gratuitamente, as grandes superfícies. Ou seja, não se pode acusar este
executivo de não se preocupar com quem vem de fora. Mas poderemos pensar, e
somos livres para esta reflexão, que este executivo socialista está determinado
em prejudicar a zona histórica. Para além de defender a eliminação total do
trânsito automóvel das suas ruas –foi Manuel Machado quem, em 1990, assinou a
irradicação dos automóveis das ruas largas- está visto que se procura
empurrar os turistas que procuram a cidade em automóvel para os shopping’s que a rodeiam e, como
torres de atalaia, a cercam em toda a sua geografia. No todo nacional, Coimbra deve ser
a única cidade que não tem espaços para estacionamento grátis. Era bom que este
executivo fizesse uma viagem a Castelo Branco e verificasse o ordenamento desta
cidade em questões de trânsito automóvel.
É uma vergonha, uma falta de respeito deste
executivo pelos comerciantes que, na Baixa e Alta, se debatem com extremas
dificuldades. Era bom que a oposição no executivo, que vai votar hoje este
projecto, honrasse a sua posição de defesa dos mais desfavorecidos, tendo em conta os encerramentos constantes, e se
manifestasse contrária. Uma posição musculada e de protecção, é isto que se
espera dos representantes do movimento Cidadãos por Coimbra, José Augusto
Ferreira da Silva, e da CDU, Francisco Queirós, e da Coligação por Coimbra, com
João Paulo Barbosa de Melo.
UMA ROTUNDA PAGA POR
TODOS
Prosseguindo na citação do DC deste último
Sábado, com um custo estimado em 370 mil euros e pronta de aqui a meio-ano, o
Largo do Arnado, junto à Auto Industrial, vai ser requalificado com uma rotunda.
Segundo o jornal, este projecto e concurso serão apreciados também hoje em
sessão do executivo. Em princípio, tudo estaria bem se não estivesse aprovada
uma grande loja para instalação da marca Continente na Auto Industrial e a
abrir nos próximos meses. Ainda que possa não existir nexo de causalidade –mas para
isso o executivo ao aprovar esta construção terá de mostrar “ipsis verbis” a sua necessidade geral para a comunidade citadina na
fluência do tráfego- é muito estranho que, à custa do erário público, se vá
fazer uma obra que, a meu ver, deveria caber por inteiro à empresa de Belmiro
de Azevedo.
Mais uma vez se apela à oposição que tome a
posição que se espera. Não podemos continuar a fazer de conta que não ouvimos,
não vemos, não lemos e, por isso mesmo, não denunciamos.
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