(Imagem furtada ao jornal "O Diabo")
Há cerca de uma semana, eu já tinha “escrevinhado”
um pequeno arrazoado sobre este assunto. Como é normal –por que dos bons não
reza a história-, ninguém me ligou.
Depois de ler hoje um editorial do Diário de Coimbra –que só acontece mesmo quando o rei de uma imaginária monarquia faz anos ou, como no caso, quando a República está em perigo-, não tenho dúvida nenhuma de que vêm aí os comunistas e, mais que certo e isso é que me chateia, vão comer as meninas todas –sinceramente, só espero que, ao menos, deixem uma cotazinha para mim. Quem me conhece sabe que, devido à minha idade e beleza que já foi, já nem sou esquisito. Estou para as mulheres como os sucateiros; apanham tudo na esperança de lhe retirar alguma utilidade. Tornei-me um vasculhador de caixotes de lixo alheios, um apanhador de sobras. E por isso mesmo, confesso, estou muito preocupado! Sei lá se os comunistas, essa cambada antropófaga que engole tudo, só me deixa a menina Etelvina. Não devem conhecer. Mora na minha rua. Tem noventa anos e ainda é virgem –o que me preocupa nem é a sua idade. O que me chateia é que, devido ao esforço, para lhe tirar os três vinténs posso morrer do coração. Se ao menos me deixarem a Isolinda, que é boa c’mo milho, nem me importo que comam tudo. Deixem-me a Isolinda e não farei oposição ao novo regime marxista-leninista. Aliás, até enfio uma boina à “Che”.
Depois de ler hoje um editorial do Diário de Coimbra –que só acontece mesmo quando o rei de uma imaginária monarquia faz anos ou, como no caso, quando a República está em perigo-, não tenho dúvida nenhuma de que vêm aí os comunistas e, mais que certo e isso é que me chateia, vão comer as meninas todas –sinceramente, só espero que, ao menos, deixem uma cotazinha para mim. Quem me conhece sabe que, devido à minha idade e beleza que já foi, já nem sou esquisito. Estou para as mulheres como os sucateiros; apanham tudo na esperança de lhe retirar alguma utilidade. Tornei-me um vasculhador de caixotes de lixo alheios, um apanhador de sobras. E por isso mesmo, confesso, estou muito preocupado! Sei lá se os comunistas, essa cambada antropófaga que engole tudo, só me deixa a menina Etelvina. Não devem conhecer. Mora na minha rua. Tem noventa anos e ainda é virgem –o que me preocupa nem é a sua idade. O que me chateia é que, devido ao esforço, para lhe tirar os três vinténs posso morrer do coração. Se ao menos me deixarem a Isolinda, que é boa c’mo milho, nem me importo que comam tudo. Deixem-me a Isolinda e não farei oposição ao novo regime marxista-leninista. Aliás, até enfio uma boina à “Che”.
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