quinta-feira, 31 de maio de 2018

BAIXA: CRÓNICA DA SEMANA PASSADA




DEUS NÃO DORME

1 - Na segunda-feira da semana passada, entre as 04h00 e as 04h30, o alarme da ourivesaria Rogério, na Rua Eduardo Coelho, tocou durante cerca de 20 minutos. Colocando em sobressalto a zona, durante o tempo em que durou o retinir não apareceu qualquer autoridade ou particular. Ou seja, se os ladrões tivessem conseguido penetrar na loja teriam feito uma limpeza completa na maior das calmas. Felizmente para o proprietário, as grossas grades de protecção, embora forçadas ao limite, resistiram bem ao ataque de barras de ferro. No chão de calçada portuguesa ficaram os estilhaços do lambril de pedra que serviu na alavancagem.
Na noite seguinte, de segunda para terça, por volta das 04h00, presumidamente os mesmos indivíduos que tentaram assaltar a ourivesaria Rogério, na Rua Eduardo Coelho, na madrugada anterior, voltaram novamente ao local do crime para tentar consumar a tarefa.
Adivinhando que iriam voltar, o comerciante proprietário da casa de compra e venda de ouro decidiu passar a noite na loja para assegurar a defesa dos seus bens. Sorte a dele. A meio da noite, ouvindo ruídos de alguém a tentar rebentar com as grades, percebeu imediatamente que se preparavam para o arrombamento derradeiro. Ligou para a PSP e, pelos vistos, desta vez esta força de polícia esteve muito bem. Rapidamente e em força, com vários agentes a deslocarem-se para o local, não só evitaram o assalto como quase os prenderam. Prosseguem agora as investigações para alcançar os assaltantes.

ENCERRAMENTOS COMERCIAIS

2 - Por estes dias, encerraram mais dois estabelecimentos comerciais na Baixa: um na Rua da Sofia, que vendia livros, junto ao edifício onde funcionou o Diário de Coimbra, outro na Rua do Carmo, que pertenceu à Relíquias do Passado, uma casa de velharias ali ao lado e que detém próximo desta duas lojas abertas -salienta-se que já foi arrendada para o mesmo ramo e por uma senhora, muito profissional e muito estimada, que, vinda da parte alta da cidade, merece todo o nosso respeito. Amanhã ou depois falarei da sua (boa)vinda para o nosso meio.
Desde Janeiro deste ano, é o 20º encerramento comercial na Baixa.

PERDIDOS E ACHADOS
Foto de Liga dos Combatentes / Núcleo de Coimbra.
3 - Na última quinta-feira, nas instalações da Liga dos Combatentes, na Rua da Sofia, a PSP promoveu uma hasta pública de artigos perdidos e achados.
Para além de escrever que a transferência de instalações, da 2.ª Esquadra para a entidade ligada aos Combatentes da Grande Guerra, certamente promovida pelo presidente do núcleo de Coimbra da Liga, tenente-coronel Paulino, foi uma óptima iniciativa e para repetir, já que traz movimento à rua classificada como Património da Humanidade, e poderia ficar por aqui.
Se quiser saber mais clique aqui (em cima).

FALECIMENTOS
Foto de António Alves.
4 - Durante décadas o “senhor João”, como era carinhosamente referenciado, foi nosso companheiro diário entre a matina e o entardecer. Até há volta de seis anos quando largou o negócio na Rua da Fornalhinha, junto à antiga dos sapateiros, na sua loja de sapataria calçou meia-cidade e arredores. Com o seu semblante simpático e sarcástico, não perdoava uma crítica com graça. Se quiser ler mais clique aqui (em cima).

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Na segunda-feira da semana passada, faleceu António Arnault, distinto advogado e muito conhecido na Baixa da cidade. Por ter sido ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional e mentor da Lei sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) era considerado o “Pai" do SNS. Fundador e filiado no Partido Socialista, em conformidade, com honras de Estado, as cerimónias fúnebres decorreram no Convento de São Francisco onde, a prestarem condolências, não faltaram personalidades desde o Presidente da República, primeiro-ministro, Presidente da Assembleia da República e dezenas de altas individualidades do reino.

TERMÓMETRO COMERCIAL
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5 - Já que São Pedro continua a castigar ferozmente o comércio com chuva grossa, fina e miudinha sem método e sem equilíbrio neste princípio de Junho, os comerciantes da Baixa da cidade estão pensar em queixar-se a Deus do péssimo serviço que o santo, guardador do tempo e do templo, está prestar às pequeníssimas, pequenas e médias empresas, sobretudo na área do pronto-a-vestir. Ainda não está definida a forma de queixume a levar ao Criador. Alegadamente, diz-se por aqui, se Deus não fizer nada, para o ano, como medida limite, pode vir a perder o Dia Santo do Corpo de Deus, que ainda se comemorou este ano.

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