segunda-feira, 14 de maio de 2018

PARTIU A ÚLTIMA VALISE


(Imagens de arquivo)





Encerrou há dias o último ponto de venda da Valise, na Rua Adelino Veiga. Esta conceituada marca de calçado para homem e senhora esteve também representada no antigo Dolce Vita, agora baptizado de Alma, no Coimbra Shopping e no Fórum Coimbra. Segundo informações não confirmadas, a loja do Fórum, a última nas grandes superfícies, fechou agora, em simultâneo.
Ao que parece, já de há uns tempos a esta parte, é o fim anunciado de uma empresa que chegou a ter 6 estabelecimentos na Baixa, nomeadamente um na Rua da Sofia, outro na Rua Ferreira Borges, outro na Rua Eduardo Coelho, e três na Rua Adelino Veiga, onde era a sede e que foi a primeira a começar um longo caminho de sucesso nos primeiros anos de 1980 no antigo espaço da Bruma, uma desaparecida chancela dedicada à venda de electrodomésticos e fotografia, onde foi funcionário o respeitado fotógrafo Rui de Almeida, que se estabeleceu na Rua Martins de Carvalho e já cerrou portas também.
Para além destes pontos de venda citados na cidade dos estudantes, a Valise esteve também presente em Viseu, Figueira da Foz e Alfragide, no Centro Comercial Alegro.
Atribuindo a cada um o que é seu, não se pode falar da história da Baixa comercial sem relevar o desempenho dos símbolos “Coutinhos” e “Valise” na importância, social e de desenvolvimento, que tiveram para Coimbra e para o país. Sem discurso de despedida para quem parte forçadamente pela estrutura e conjuntura económica ou epitáfio de exaltação gravado na memória colectiva dos homens, desaparecem envolvidas na maior penumbra da ingratidão. Sem números exactos, deu trabalho a mais de trinta pessoas. A par com outros grandes nomes que contribuíram para o progresso do centro histórico, inevitavelmente, Carlos Coutinho, o gerente desta conceituada firma, tem, por direito conquistado, um lugar junto dos consagrados.
Como curiosidade, e se calhar a constituir uma tese para “caso de estudo”, refira-se que o grupo Valise, a par de meia-dúzia de outros que trocaram a Baixa pelas grandes superfícies no início do milénio, é o penúltimo a desaparecer e arrastar consigo todo um número de lojas que detinha na parte velha da cidade. Seguindo o mesmo percurso, neste momento só uma marca, também de sapatos, com uma loja aberta na Baixa, continua representado no Alma Shopping.




1 comentário:

Anónimo disse...

Fiz parte dessa grande familia e como eramos grandes vestiamos a camisola aprendiamos com os mais velhos a arte magica dos sapatos,do atendimento distinto personalizado de tratar o cliente pelo nome. Lamento profundamente que tenha fechado as suas portas mas levo no coração tudo o que aprendi com colegas e com o patrão Sr Carlos Coutinho.