sexta-feira, 25 de maio de 2018

LEILÃO DA PSP: PERGUNTAS IMPLÍCITAS

Foto de Liga dos Combatentes / Núcleo de Coimbra.
(Imagem retirada da página da Liga dos Combatentes)




Ontem, nas instalações da Liga dos Combatentes, na Rua da Sofia, a PSP promoveu uma hasta pública de artigos perdidos e achados.
Para além de escrever que a transferência de instalações, da 2.ª Esquadra para a entidade ligada aos Combatentes da Grande Guerra, certamente promovida pelo presidente do núcleo de Coimbra da Liga, tenente-coronel Paulino, foi uma óptima iniciativa e para repetir, já que traz movimento à rua classificada como Património da Humanidade, poderia ficar por aqui.
Começou às 10h00. Para apreciar o ambiente, cheguei uma hora depois e estive lá até ao meio-dia e meia, aquando da interrupção para almoço, e foi muito interessante o que apreendi. Dei por bem-empregue o tempo despendido. Nestas duas horas e meia, entre os 2 e os 18 euros, foram licitados cerca de 70 lotes. Sete caixotes de papelão, grandes e médios, foram esvaziados -e outros cinco aguardaram para depois, no segundo round.
Pelo que antevi, o acto, a abrir, começou com a venda de vários guarda-chuvas e continuou com vestuário e adornos. Com o pregoeiro a anunciar o preço, a qualidade e a marca dos produtos com alguma graça o tempo passou depressa. Contrariando anos anteriores em que havia muitos usados, este ano contavam-se pelos dedos das duas mãos os artigos em segunda-mão.
Impressionou-me deveras a enorme quantidade de têxteis novos... com marcas vendidas pelas grandes superfícies. Desde vestidos com etiquetas com custo de 100 euros até calças e camisas dentro do mesmo valor, ali ressaltava a alusão a marcas consideradas de luxo. Que eu me apercebesse, só uma vez ecoou na sala um artigo de marca que poderia ter sido vendido na Baixa: a Lefties (já desaparecida).
Por outro lado, de uma forma tão ligeira tendo em conta o custo, dá que pensar: como é que se pode perder tantos objectos? Será que, seguindo o que está acontecer no país, os conimbricenses dão cada vez menos valor às coisas? Ou, sendo a causa outra, será que tem a ver com o poder de compra do ranking nacional? Segundo o INE, Instituto Nacional de Estatística, exceptuando Lisboa e Porto, que detêm mais 10 por cento do poder de compra nacional, Coimbra faz parte de 10 municípios onde os rendimentos são maiores. Terá a ver com isso?



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