Conforme
estava anunciado, ontem, quinta-feira, Francisco Queirós, vereador eleito pela CDU,
Coligação Democrática Unitária, com os pelouros da Habitação e
Desenvolvimento no Executivo de maioria socialista, às 19h00 estava
presente na sede do PCP, Partido Comunista Português, na Rua Adelino
Veiga, para receber os comerciantes e ouvi-los sobre a grave crise
que se abateu na Baixa de Coimbra.
Desde
há duas semanas que o cordial professor e membro eleito, com assento
parlamentar de apoio nas questões de aprovação aos socialistas,
acompanhado com largo séquito a fazer lembrar a campanha eleitoral,
andou a percorrer vários estabelecimentos e a falar com os
responsáveis.
Na
primeira semana, entregando um prospecto explicativo, comunicou que a
CDU tinha apresentado e feito aprovar na Assembleia Municipal de
Coimbra uma resolução, uma carta de intenções, com 11 medidas,
entre várias, desde o estacionamento gratuito em parques periféricos
até reforço das equipas de limpeza.
Na
segunda semana, usando novamente o trato pessoal e entregando um
pequeno folheto, convocava os comerciantes da Baixa para
uma
reunião na sede do partido a que está agregado.
Cerca
das 19h30 de ontem só meia-dúzia de pessoas estavam presentes. Passada
meia-hora outros tantos estavam sentados. À questão porque só uma
dúzia de sujeitos responderam deixarei para outra crónica. Nesta,
que estou a desenvolver, manifesto simplesmente uma enorme
estranheza. E deixo uma interrogação e uma sugestão. Na pergunta
alvitro: se fosse o PSD a fazer a chamada teria sido diferente? Na
sugestão: se por acaso a oposição estiver a pensar em fazer um
chamamento idêntico a este da CDU, sugiro que prometa e ofereça uns nacos de
presunto e queijo, uns bons pedaços de leitão e tudo regado com bom
vinho da Bairrada. Ninguém me tira da cabeça que foi este falhanço
da CDU que contribuiu para o logro.
Num
ambiente informal e sem caganças
por parte do representante comunista, a sala modesta mas muito
confortável, com dois enormes painéis pregados na parede, com um
deles a mostrar a indústria local que já
foi e a palavra de
ordem “É TEMPO DE
DIZER BASTA! Rejeitar o pacto de agressão!”
e outro grande quadro com a mensagem de Álvaro Cunhal “A
todos desejo que, vida fora, realizem os vossos sonhos”,
durante cerca de duas horas, cada um dos presentes, despejou água
benta e mar salgado sobre a Baixa de Coimbra.
E TOCA O
GONGUE PARA O ANFITRIÃO
Com
alguma desilusão mal disfarçada, arrumando a foice e o martelo no
saco, Francisco Queirós, acompanhado do camarada João, deu início
aos trabalhos. Começou por dizer: “estamos aqui para vos ouvir.
Se calhar, as questões que se passam aqui, na urbe, passam-se
noutras zonas. Com a crise do país, do problema do poder de
compra... mas não estamos aqui para discutir a política nacional.
Estamos cá para ver onde o poder autárquico pode intervir.
Acreditamos que o comércio é muito importante para a qualidade de
vida da Baixa. A cidade, com cerca de 150 mil de habitantes a nível
concelhio, provavelmente não procura o comércio de rua. As grandes
superfícies funcionam quase 24 sobre 24 horas. E continuam a abrir.
O Aldi, em Santa Clara, é o modelo. Eu votei contra!
A
Baixa tem 1/3 de edifícios degradados. Tem as higiene e limpeza que
toda a gente se queixa. Tem as questões de trânsito. Os parques
periféricos, que deveriam ser gratuitos, são a pagar. Tem o
alojamento local, que é uma epidemia. Em Coimbra já temos muitos.
Temos
uma rua da Sofia, que sendo Património Mundial, com os seus
monumentos encerrados a maioria não faz ideia de que existem.
A
CDU fez uma proposta para tornar as reuniões do executivo abertas,
mas ainda não foi um único munícipe às reuniões neste mandato.
Ainda
há dias almocei com uma pessoa que queria investir na Baixa e não
conseguiu falar com o presidente da Câmara. Foi para outro lado.
No
Aldi votei contra. Não era preciso! Está junto ao Convento São
Francisco. As grandes superfícies não criam novos postos de
trabalho!
Queremos
uma nova qualidade de vida para a Baixa!”,
rematou o vereador, e passando a foice, como quem diz a palavra, para
a curta assistência.
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2 comentários:
SE A MALTA DO PC DE COIMBRA QUER LÁ GENTE, QUE NÃO SE DEITE COM O INIMIGO COMO TEM SIDO APANÁGIO DESDE QUE O MM CHEGOU AO PODER. QUEM LIA O QUE QUEIROS ESCREVIA NOS DIÁRIOS LOCAIS ANTES DE CHEGAR AO PODER, E COMPARAR COM AQUILO QUE FAZ HOJE QUE "TEM O PODER" PERCEBE RAPIDAMENTE QUE QUALQUER CONVERSA COM ESSE INDIVIDUO É PURA PERDA DE TEMPO. QUER É TACHO SENÃO NÃO COMPACTUAVA COM TUDO ISTO!
Em jeito de resposta ao senhor "Anónimo": O PCP não compactua "com tudo isto". Prova disso é que o vereador do PCP foi o único (!!) a votar contra aquela monstruosidade que é o Aldi de Santa Clara. São opções políticas, e o PCP tem sempre tomado opções que ajudem os comerciantes e a Baixa em geral. Na sua maioria contra Manueis Machados, PS, PSD, ou quem quer que seja. O PCP tem a sua posição, e não se vende.
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