terça-feira, 16 de janeiro de 2018

BAIXA: SIMILITUDES E CONTRÁRIOS ENTRE SINTRA E COIMBRA






O Diário de Notícias (DN) deste último Sábado publicou um longo trabalho, assinado pela jornalista Filomena Naves, em quatro páginas, sobre Sintra.
Pelas políticas seguidas, na similitude turística -Coimbra, cidade, e Sintra, vila, são classificadas pela UNESCO como Património Mundial- e decisões contrárias, pelo que li, gostava de partilhar alguns excertos da reportagem, que entendi mais curiosos, e que nos fizessem pensar sobre a recuperação da Baixa.
Começa com um parágrafo lindo: “São três da tarde e o dia já escurece, cinzento. Lá em cima, a muralha do castelo tornou-se uma silhueta vaga, coberta por um nevoeiro irrequieto, o toque de magia deste sítio, que inspirou gerações de poetas. De vez em quando, o céu desfaz-se num chuvisco frio -estamos em Sintra-, mas nada demove os turistas, que estão sempre a chegar.
E prossegue a jornalista, “(...) Depois há os casais -são muitos, e de todas as idades- em busca de um dia romântico nesta terra de mil e uma noites. Deambulam pelas ruas estreitas do centro histórico, espreitam as montras, sentam-se nas esplanadas a beber uma taça de vinho; aventuram-se na serra pelos caminhos pedestres até ao Castelo dos Mouros, ou percorrem, sorridentes, a curva larga da volta do Duche, a pé, em carruagem puxada por cavalos, ou num tuk-tuk barulhento, isso sim, pouco romântico.
E continua, “Numa das lojas do centro histórico, ali mesmo encostada à movimentada rua que o atravessa de uma ponta à outra, Carla segue diariamente aquele movimento contínuo de veículos: autocarros, automóveis, tuk-tuks, jipes, carrinhas, motos... e gente, muita gente em vaivém constante. Trabalha ali há 8 anos e tem observado como a afluência dos visitantes e o trânsito se intensificaram nos últimos dois, três anos. Mas, diz, isso não “se reflectiu” no negócio. Pelo menos naquele em que trabalha -acredita que para cafés, restaurantes e hotéis seja muito diferente. “Dantes vendíamos toalhas da Madeira, e (tapetes) de Arraiolos, mas agora há as imitações que vêm da China, os turistas já não compram”, diz. Por outro, “ as pessoas vêm por três ou quatro dias, não andam com muita bagagem e não levam artigos volumosos ou de maior peso”. Talvez por isso, o que tem estado a sair mais na loja “são mesmo os galos de Barcelos”. E se “vêm de carro, então não param, porque não há onde estacionar: passam e não compram nada”.

VISITANTES AUMENTAM 20% AO ANO”

Portugal tornou-se numa espécie de íman para turistas, e Sintra, com a sua aura de magia e de romantismo, é um dos destinos preferenciais no país. Mas, mesmo assim, os números impressionam: os cálculos apontam para que cerca de cinco milhões de pessoas visitaram Sintra em 2016. E, como nos últimos anos, os visitantes têm aumentado sempre à razão de 20% ao ano, esse número deverá ter rondado os seis milhões em 2017.
(…) Ao todo, em 2016, a Parques de Sintra vendeu mais de 2,6 milhões de entradas para o conjunto dos seus parques e monumentos. Em 2017, as visitas cresceram uma vez mais e atingiram 3,2 milhões.

PARQUES DE SINTRA INVESTE 52 MILHÕES

Dos 3,2 milhões de pessoas que visitaram os nossos parques e monumentos (em 2017), cerca de um milhão e meio foram à Pena” -afirma o presidente do conselho de administração da Parques de Sintra, Manuel Baptista.
Para o responsável, isso fica a dever-se também ao trabalho de recuperação dos parques e palácios. “Acreditamos que património recuperado é património visitado, e essa recuperação inclui não apenas a do próprio monumento, mas também a abertura de cafetarias, a disponibilização de casas de banho, de lojas, de internet, etc.” Dá um exemplo: “Há dez anos, não havia visitas ao Palácio de Monserrate nem ao chalé da Condessa.” O primeiro estava fechado, o segundo em ruínas. Agora, os dois são responsáveis, respectivamente, por 121 mil e mais de 18 mil visitas anuais. É nesta filosofia com provas dadas, da recuperação dos monumentos e dos seus espaços envolventes, que a Parques de Sintra aposta... (…) Veja-se 2017, “fechámos o ano com cerca de 30 milhões de receita anual e investimos mais de dez milhões (…). “Vamos investir mais de 52 milhões de euros até 2020, contando exclusivamente com as nossas receitas.

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