JP
é um simpático “consertador” de electrodomésticos que até há
cerca de duas semanas esteve, um a seguir ao outro, durante cerca de um ano, em dois locais distintos da Baixa
estabelecido com uma loja onde recebia os materiais avariados. O
último foi na Rua do Corvo, em frente à Ricarlina.
Não fosse o seu génio
criativo e JP seria mais um recuperador de objectos perdidos. JP,
pela sua vocação inventiva, só é comparável ao autor de “Onde
está o Wally?”, Martin Handford. O livro que surgiu em 1987, já vendeu mais de 58 milhões e foi traduzido em
19 países com 38 línguas diferentes.
Bem sei que você,
leitor, está em pulgas para saber, afinal, o que fez de notável o
homem. Calma que eu já conto tudo sem ser preciso pressionar. O
“nosso” JP, com uma jogada de mestre, fez com que meia-Baixa
andasse a interrogar outra metade: “onde está o JP?”
Ao que parece, JP
encerrou a loja e, sem passar informação aos seus clientes nem a quem quer que seja -e muito menos no vidro da sua sede até aqui-,
sobretudo aos que nele tinham depositado confiança para restaurar as
máquinas, e “bazou” para parte incerta, levando consigo o material que deveria restituir. Tanto quanto se
diz, foram aparelhagens de som, televisões, computadores portáteis,
máquinas de lavar. É claro que isto são mais as vozes que as
nozes. Esta gente, exagerada e sempre pronta a espetar a lança da
ignomínia, nem entende o lado divertido de JP. Isto foi apenas uma
brincadeira. Está de ver que esta partida sem avisar é apenas um
jogo para testar a capacidade de resistência dos “procuradores”
e para saber quantos amigos tinha mesmo nesta parte velha.
Diz-se por aqui que até
há um prémio chorudo e outro menor para o primeiro que o encontrar. A recompensa mais pequena, a de consolação, será um jantar à luz de velas, para duas pessoas, no restaurante "Tasquinha da Baixa", ali ao lado do desaparecido em combate. Quem
descobrir onde está o JP faça o favor de dizer qualquer coisinha para este blogue ou reclamar a retribuição mínima na mais famosa casa pantagruélica da Baixa de Coimbra.
2 comentários:
Não entendi. Bazou sozinho ou foi acompanhado pela aparelhagem?
Obrigado. De facto, não estava completamente claro. Já acrescentei que bazou para parte incerta, levando consigo o material que deveria ter restituído.
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