quinta-feira, 11 de agosto de 2016

ESFAQUEAMENTO NO LARGO DA FREIRIA


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Passavam poucos minutos das 14h00, quando Carlos Leonel Cardoso Gonçalves, de 58 anos, um morador no número 12 do Largo da Freiria -contei aqui a sua história e baptizei-o como "o grego"-, no terceiro andar, na Baixa, um pouco transtornado e apresentando um ferimento no nariz, se me dirigiu: “senhor Luís, chame o 112 porque eu dei uma navalhada no rapaz do primeiro andar. Não sei se o matei! Estava a fazer muito barulho -é todos os dias a mesma coisa-, fui pedir-lhe explicações e “passei-me”.
Num cenário de alguma violência, com sangue a jorrar de uma perfuração no pescoço, estava Ricardo José Fernandes Alves, de 20 anos de idade, e residente no mesmo edifício, no primeiro andar. Lúcido, com os sinais vitais activos e sem perder a consciência, o rapaz foi transportado para o hospital, pelo 112.
Segundo Elsa Fernandes, mãe da vítima, “nós estávamos a almoçar quando bateram à porta com alguma violência. O meu Ricardo levantou-se e abriu a porta. Foi então que, pelo barulho, me apercebi que alguma coisa não estava bem. Acorri à entrada e deparei-me com o meu filho cheio de sangue.
Agressor e vítima, embora cada um com sua idiossincrasia, a sua forma de ser e personalidades próprias, ambos a residirem neste pitoresco largo da Baixa, são respeitados e dão-se ao respeito. Foi uma completa surpresa para todos os comerciantes e restantes moradores.
Segundo uma testemunha que pediu o anonimato, e que conhece bem o agressor e ferido, “há entre eles uma tensão muito grande já há muito tempo. De tal modo que a a Elsa, a mãe da vítima, ainda há uns tempos me disse: “um dia destes vai acontecer uma desgraça.”
A PSP tomou conta da ocorrência. O agressor foi detido para interrogatório e tudo indica que irá ser sujeito a medidas de coacção.

DEPOIS DA OCORRÊNCIA, ENTRETANTO SOUBE-SE...

Através de informações na 2.ª Esquadra, Carlos Leonel, o agressor, vai ficar detido e à espera da medida de coacção que lhe será aplicada.
Quanto ao estado do ferido, Ricardo Fernandes, “está em perigo de vida”.




2 comentários:

Anónimo disse...

Lamentável. Era mesmo necessário o recurso à violência?

Anónimo disse...

Senhor Luís Fernandes, achei qualquer coisa de estranho, mas familiar, no relato da tragédia e fui ler outro texto que escreveu sobre o senhor Carlos Leonel. Fala de esquizofrenia. Sobre isto, quero dizer que infelizmente, tive oportunidade de conhecer bem a doença, quando um vizinho de baixo, que a tinha, me batia várias vezes à porta, ameaçador, porque ouvia barulhos inexistentes. Rezo para que o rapaz se salve e espero que finalmente cuidem do outro senhor, se, como estou convencido, tiver mesmo esquizofrenia, uma doença ainda tão desconhecida para a grande maioria e de tratamento tão complicado, sobretudo quando se vive só.