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Passavam
poucos minutos das 14h00, quando Carlos Leonel Cardoso Gonçalves, de 58 anos, um
morador no número 12 do Largo da Freiria -contei aqui a sua história e baptizei-o como "o grego"-, no terceiro andar, na
Baixa, um pouco transtornado e apresentando um ferimento no nariz, se me dirigiu: “senhor Luís,
chame o 112 porque eu dei uma navalhada no rapaz do primeiro andar.
Não sei se o matei! Estava a fazer muito barulho -é todos os dias a
mesma coisa-, fui pedir-lhe explicações e “passei-me”.
Num cenário de alguma
violência, com sangue a jorrar de uma perfuração no pescoço,
estava Ricardo José Fernandes Alves, de 20 anos de idade, e
residente no mesmo edifício, no primeiro andar. Lúcido, com os
sinais vitais activos e sem perder a consciência, o rapaz foi
transportado para o hospital, pelo 112.
Segundo Elsa Fernandes, mãe
da vítima, “nós estávamos a almoçar quando bateram
à porta com alguma violência. O meu Ricardo levantou-se e abriu a
porta. Foi então que, pelo barulho, me apercebi que alguma coisa não
estava bem. Acorri à entrada e deparei-me com o meu filho cheio de
sangue.”
Agressor
e vítima, embora cada um com sua idiossincrasia, a sua forma de ser
e personalidades próprias, ambos a residirem neste pitoresco largo
da Baixa, são respeitados e dão-se ao respeito. Foi uma completa
surpresa para todos os comerciantes e restantes moradores.
Segundo
uma testemunha que pediu o anonimato, e que conhece bem o agressor e
ferido, “há entre eles uma tensão muito grande já há muito
tempo. De tal modo que a a Elsa, a mãe da vítima, ainda há uns
tempos me disse: “um dia destes vai acontecer uma desgraça.”
A PSP tomou conta da
ocorrência. O agressor foi detido para interrogatório e tudo indica
que irá ser sujeito a medidas de coacção.
DEPOIS DA OCORRÊNCIA,
ENTRETANTO SOUBE-SE...
Através de informações
na 2.ª Esquadra, Carlos Leonel, o agressor, vai ficar detido e à
espera da medida de coacção que lhe será aplicada.
Quanto ao estado do ferido, Ricardo Fernandes, “está em perigo de vida”.
Quanto ao estado do ferido, Ricardo Fernandes, “está em perigo de vida”.
2 comentários:
Lamentável. Era mesmo necessário o recurso à violência?
Senhor Luís Fernandes, achei qualquer coisa de estranho, mas familiar, no relato da tragédia e fui ler outro texto que escreveu sobre o senhor Carlos Leonel. Fala de esquizofrenia. Sobre isto, quero dizer que infelizmente, tive oportunidade de conhecer bem a doença, quando um vizinho de baixo, que a tinha, me batia várias vezes à porta, ameaçador, porque ouvia barulhos inexistentes. Rezo para que o rapaz se salve e espero que finalmente cuidem do outro senhor, se, como estou convencido, tiver mesmo esquizofrenia, uma doença ainda tão desconhecida para a grande maioria e de tratamento tão complicado, sobretudo quando se vive só.
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