terça-feira, 21 de dezembro de 2021

MEALHADA: A NOTÍCIA QUE DEVERIA SER… E NÃO É

 





No mais completo silêncio por parte dos órgãos de informação publicados na Mealhada, em papel e online, sem uma linha a noticiar o que se está a passar na sessão de Instrução que envolve o ex-presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro, e três vereadores que o acompanharam no mandato de 2017-2021, pouco, ou nada, se sabe.

Recorda-se que em causa estão acusações por parte do Ministério Público de peculato e abuso de poder, remetidas por queixa anónima.

Sem fontes que garantam, sem certezas, alegadamente, devido ao elevado número de testemunhas arroladas, cerca 50, o pré-julgamento, para saber se há ou não matéria indiciária para levar o processo a tribunal, tem vindo a decorrer normalmente nos últimos dias. Ao que parece, devido ao número de depoimentos e à proximidade das férias natalícias, a continuação da sessão foi adiada para o próximo mês de Janeiro.

Diz ainda quem não tem certeza de nada, que lhe foi contado por outro, que por sua vez foi dito por um amigo, que, embora pelo elevado número de testemunhas que chegam a atropelar-se uns aos outros com declarações contraditórias, a inquirição está a correr bem para o lado dos arguidos.

Não é a primeira vez que escrevo: oxalá se demonstre que não houve dolo, intenção, e as acusações fiquem pela Instrução. Escrevo isto com sinceridade. Bem sei que uma condenação, essencialmente, visa acalmar a parte lesada e, com essa medida, contribuir para a paz social. Mas é preciso que se diga que uma absolvição, ou falta de matéria para acusar (não provimento) deveria acarretar um sentimento de indulgência, de perdão até, e ser recebida com júbilo. É preciso não esquecer que a haver crime, foi perpetrado no desempenho da coisa Pública. Diga-se o que se disser, estamos perante um julgamento político. Quem está indiciado e a ser sentenciado é o "Marqueirismo". Assim deve ser encarado.

Quero dizer que deve haver, tem de haver, uma outra forma de olhar para os factos agora em análise jurídica. Dá para entender que, como em tudo, há dois lados em suspense. Um, pela amizade, pela simpatia, por serem do mesmo partido, está a sofrer e, naturalmente, a torcer para a não acusação. Outro, não conseguindo desligar-se de um profundo ressentimento manifestado numa vingança vincada a ferros, aspira a uma condenação exemplar.

Que a justiça funcione, mas, na sua análise e aplicação, carregue a prudência e a sensibilidade dos homens de bem.


Sem comentários: