quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

BARÓMETRO DE UM JORNAL EM PAPEL PUBLICADO NA BAIRRADA

 





Jornal da Mealhada (edição de 22 de Dezembro)


POSITIVO


Começando por uma capa vistosa, onde uma panóplia de cores vivas e atraentes ressaltam ao primeiro olhar, esta edição sugere-nos apetite para ler o Jornal da Mealhada (JM). Mas vamos ao interior do caderno.

O interior da publicação, da página dois até à sétima, de acordo com a quadra, parece-me fresco, sem recalcamentos e bem resolvido.

As páginas 8 e parte da 9, respeitante à notícia com o título de que “Câmara anula compra de terrenos anexos ao Hospital da Mealhada” e “Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM) – Unanimidade em orçamento para mais um “ano difícil””, embora bem escritas e esclarecedoras do ponto de vista jornalístico – e até talvez isento -, a verdade é que sabendo que a SCMM é a proprietária do jornal, custou-me um pouco a digerir toda a crónica. Não sei se consigo ser claro, mas é como se a instituição, sendo o alvo da notícia, fosse dois em um. Ou seja, a entidade que se queixa do executivo e, ao mesmo tempo, que se entrevista a si mesma com respostas “fabricadas” (entre aspas). É como se, claramente ou nem tanto, estejamos perante uma incompatibilidade de função. Por muita neutralidade que o jornalista detenha (e não duvido da sua capacidade de isenção), diga-se o que se disser, ao escrever sobre o patrão e colhendo as suas declarações, a sua imparcialidade, em princípio, fica ferida.

Não sei se estou a conseguir ser objectivo - mais que certo nem por perto -, mas é como se eu decidisse fazer uma entrevista a mim próprio. Teria credibilidade?

É certo que há imensos casos de propriedade de um título agregado a uma instituição cujo objecto é totalmente diferente da exploração de jornais e revistas. Porém, quem visa uma informação limpa, independente, sem rabos de palha, não opta por este género de publicações.

Mas, atenção, havendo um único título jornalístico no concelho poderia ser de outro modo? Se calhar não! Mas, repito, gostava de ver o contraditório noutra publicação, nem que fosse num semanário com outra jurisdição territorial.

Além disso, pergunto eu sem maldade, sabendo-se que a partir de agora há uma guerra surda entre a SCMM e a maioria que governa o concelho, como vai ficar o JM no meio do dissenso? Consegue traçar uma linha separadora entre as alegações das partes em conflito? Aguardemos.

Quanto ao teor das restantes páginas, entre a 9ª e a 24ª, nada há a apontar.


MENOS BOM


Retirando as premissas que tenho vindo a apontar mas que não vou repetir porque a carta já vai longa, há apenas um erro de impressão, não por culpa do jornal, obviamente, relativo a um Edital da Câmara Municipal que não se consegue ler.


De 0 a 20, atribuo a esta edição 14,5 valores.


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