sábado, 18 de dezembro de 2021

A CARTA ABERTA A JOSÉ MANUEL SILVA E A INTERVENÇÃO DE PAULA PÊGO

 

(Foto do Diário as Beiras)




Ontem, 17 do corrente, escrevi aqui uma Carta Aberta endereçada ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva. Nesta mensagem online, defendia a necessidade da edilidade cumprir com os comerciantes uma “dívida” de reconhecimento e gratidão pelo muito que fizeram pela prosperidade da cidade, sobretudo nos últimos setenta e cinco anos.

Acima de tudo, quis mostrar a injustiça que a sede do poder local aponta para esta classe de esforçados mercadores. Só para tomarmos noção, se morrer um qualquer lente universitário, um médico, um advogado, um qualquer político é certo e sabido que o Executivo Municipal na reunião subsequente vai guardar um momento para relembrar a sua narrativa de vida. Se morrer um operador comercial, grande ou pequeno, no maior ostracismo e insensibilidade, dificilmente será relembrado. Não fossem os jornais, blogues e Redes Sociais e o desaparecido partiria, como nunca tivesse existido, no maior silêncio sepulcral.

Aliás, como se faz em relação a apenas cidadãos de nomeada, a Câmara Municipal deveria alargar o leque e ter um funcionário adstrito ao cumprimento de apresentação de condolências aos familiares do falecido. A este gesto chama-se humanidade – não quero dizer que a obrigação deva ser geral e abstracta, nem quero transformar a homenagem numa luta de classes, mas pelo menos para alguns citadinos que, por obra feita, criaram e deram emprego e deixaram o seu nome para a posteridade, não sejam esquecidos.

Voltando à Carta Aberta, a determinado passo escrevi que, na qualidade de munícipe, tinha apresentado esta ideia numa reunião de Câmara, em Junho de 2019. Disse ainda, “era de adivinhar, à minha sugestão, entre uma tentativa de boicote, um bocejo e um sorriso de escárnio, não foi manifestado qualquer interesse”.

E prosseguia, “no fim dessa sessão fui contactado pela então, na altura, vereadora independente eleita nas listas do PSD, Paula Pêgo, para que, na sua companhia, agendasse uma visita a alguns comerciantes. Ficando entusiasmada com a ideia, propunha-se levar ao executivo a recomendação de ser feito um livro com a história destas pessoas e dos seus estabelecimentos. Cheguei a apresentar a eleita a vários comerciantes considerados elegíveis para o efeito. Entretanto, desvinculando-se do compromisso com o PSD e tornando-se vereadora não inscrita, Paula Pêgo nunca mais falou deste assunto.


PAULA PÊGO APRESENTA UMA VERSÃO DESCONHECIDA


De Paula Pêgo, ex-vereadora na Câmara Municipal de Coimbra no mandato de 2017-2021, recebi este pedido de publicação:


Boa noite Sr. Quintans. Acabei de ler a publicação sobre o assunto que ao tempo falámos sobre a publicação de uma reportagem fotográfica sobre os comerciantes mais antigos da Baixa (hoje, com grande pesar, lamentamos o falecimento de um deles). Gostaria de esclarecer que o projeto foi por mim apresentado ao então Presidente da Câmara Manuel Machado e à Senhora Vereadora Carina Gomes, que de imediato acolheram a proposta. Mais, o fotógrafo estava escolhido. No entanto, como bem sabe, em março de 2020 caiu uma pandemia sobre nós tendo de se suspender o projeto pela inexistência de condições sanitárias para o efeito. Esta é a verdade dos factos que gostaria que fosse reposta. Muito agradeço a reposição da verdade.”

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