(Imagem desviada da Web)
“Coimbra
é uma cidade que, fechando-se ao conhecimento geral
-
uns porque deliberadamente ignoram, outros porque não têm
acesso
à informação –, não participa, ou participa mal. O resultado
desta falta de
erudição
é o lamento permanente de que, na área cultural, por exemplo,
nunca
acontece nada”
1
– No dia 07 de Outubro, na sala das sessões da Câmara Municipal
de Coimbra, pela mão de Paulo Leitão, líder da bancada do PSD, foi
distribuído um comunicado à imprensa (e ao único munícipe
presente no compartimento, no caso eu) onde constava o teor de uma
proposta de alteração ao Regimento das Reuniões para ser discutida
na reunião seguinte, nesta última Segunda-feira. A proposição era
uma acção conjunta do movimento Somos Coimbra e do PSD e visava
acabar de vez com o continuado desrespeito que a maioria socialista
manifestava para com os cidadãos intervenientes. Desde uma até
cinco horas, os poucos munícipes que se aventuravam a intervir tinham de gramar a pastilha e, contra o prescrito no regulamento,
esperar para o fim da sessão para serem ouvidos. O resultado deste
martírio foi o número de inscrições ter caído a pique desde
que o PS ganhou a autarquia conimbricense, em 2013 (pode consultar aqui números precisos após análise exaustiva às actas);
2
- Estranhamente os jornais, diários e semanários, publicados na
cidade, em papel e online, nunca referiram esta proposta conjunta da
oposição, nem o fim a que se propunha. O porquê de não serem
imparciais e manterem uma equidade necessária e continuarem fechados
à informação política que os leitores têm direito, só os
directores destes meios de informação poderão responder. Convém
esclarecer que, salvo raras e honrosas excepções, sempre foi assim. O que se passa hoje, com os
socialistas na cadeira presidencial, não é um fenómeno novo. Mudam
os governos na Câmara Municipal e a implícita protecção ao poder
mantém a bitola. Lá nisto, na sistematização de procedimento,
ninguém poderá dizer que os media não são coerentes. Coimbra é uma cidade
que, fechando-se ao conhecimento geral - uns porque deliberadamente
ignoram, outros porque não têm acesso à informação –, não
participa, ou participa mal. O resultado desta falta de erudição é
o lamento permanente de que, na área cultural, por exemplo, nunca
acontece nada;
3
– Em 17 de Outubro, na Página da Câmara Municipal de Coimbra (Não Oficial), no Facebook, o movimento Somos Coimbra publicou um
comunicado a insurgir-se contra a não aceitação da proposta:
"Somos
Coimbra partilhou uma publicação.
Ordem
de Trabalhos da próxima reunião da Câmara de Coimbra
Repare-se
que o Partido Socialista recusou agendar para esta reunião da
Câmara a proposta de agendamento apresentada em conjunto pelo PSD e
SC, sob a forma de requerimento, para alteração do Regimento das
reuniões da Câmara no sentido de fixar a hora de intervenção do
público para as 14.30, evitando assim que os munícipes sejam
obrigados a esperar horas pela sua intervenção.
É a habitual falta de respeito pelas pessoas. Será para a próxima reunião? Porque não foi nesta?...”
É a habitual falta de respeito pelas pessoas. Será para a próxima reunião? Porque não foi nesta?...”
Mais
uma vez os meios informativos locais não publicaram uma vírgula
sobre esta notícia do Somos Coimbra;
4
– Nesta última
Segunda-feira, 21 de Outubro, dia da reunião camarária, José
Manuel Silva (JMS),
coordenador do Somos Coimbra e vereador sem pelouro com assento
parlamentar, à boca da reunião, apercebendo-se
que, afinal, a proposta foi agendada mas sem o documento do que era
proposto. Ou seja, o assunto
foi incluído,
mas a proposta não constava da Ordem de Trabalhos. Logo
que notou, alegadamente,
JMS, embora mantendo a data anterior, corrigiu o post
no Facebook com o seguinte
teor:
OT
da próxima reunião da Câmara de Coimbra
Corrigimos
a informação anterior, com um pedido de desculpa pelo equívoco. O
tema do regimento da Câmara foi agendado no ponto I.2, mas o
documento proposto não foi distribuído, estando agora a ser
fotocopiado para ser distribuído por todos os vereadores. A partir
de hoje, dia 21, inclusivé, a hora de intervenção do público
será rigorosamente às 17h. Uma pequena vitória para a democracia”;
5
-Segundo os dois diários da cidade, numa prosa, curta
e ininteligível, que, como não
havia sido disponibilizada
e publicada
toda
a informação anterior, obrigava
a ler várias vezes para compreender o que tinha acontecido, tudo se
tinha modificado.
Citando o Diário
de Coimbra, “a
alteração ao regimento das reuniões da Câmara Municipal de
Coimbra que os vereadores do PSD e do movimento Somos Coimbra (SC)
defendiam não foi aprovada (…)… (…) o presidente Manuel
Machado colocaria à votação o actual regimento, que dá cinco dias
de preparação do processo, mas com a obrigatoriedade de interrupção
sensivelmente às 17h00. A proposta da maioria (socialista) seria
aprovada com os votos contra de Madalena Abreu e Paulo Leitão (PSD)
de José Mnauel Silva e Ana Bastos Silva (SC) e de Francisco Queirós
(CDU). No momento da votação estava ausente da sala a vereadora
Paula Pêgo (PSD”;
6
– Depois de ler várias vezes
a notícia para perceber a lógica e o encadeamento, entrando a
respiração num processo normalizado, é então que o leitor leva a
mão ao peito e, em solilóquio
interrogativo, exclama:
Espera
aí! O que é isto? Estou outra vez sem entender nada. Vamos
recapitular: Os vereadores do PSD, conjuntamente com os do SC, propõem o
agendamento de uma alteração ao Regimento das Reuniões (parar
para respirar).
Na
hora da votação, uma vereadora de um dos partidos propositor
ausenta-se da sala. Seria assim? Como? Porquê? (respirar outra vez);
7
– No mínimo, enquanto
segundo grande
partido democrático, pelo respeito merecido
por parte dos seus eleitores e
simpatizantes, pela transparência, o PSD de Coimbra deve explicar
tudo muito
bem explicadinho
o que motivou a saída antecipada da
vereadora Paula Pêgo da votação, e dando a vitória ao opositor numa bandeja de prata;
8
– Numa
altura de grande esforço na reorganização do partido, serenamente,
pelo esclarecimento público, sobretudo para evitar especulações
desnecessárias e altamente prejudiciais, ficamos a aguardar um
comunicado da Concelhia de
Coimbra do Partido Social
Democrata;
Por
parte da imprensa, como já nos habituámos e não esperamos nada de
alterações para melhor, podem continuar na mesma. Mas, depois, procurando receber com a mão fechada de pouco dar, não repitam mais petições públicas para novas formas de financiamento estatal e não continuem a reclamar que cada vez mais há menos assinantes e se vendem menos
jornais.
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