(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
UM COMENTÁRIO E UMA RESPOSTA A
“EDITORIAL:
COIMBRA UMA CIDADE POLITICAMENTE FECHADA AOS CIDADÃOS
“Caro
Quintans, não posso deixar de manifestar a minha viva discordância
quanto à sua afirmação de que toda a oposição o considera um
idiota útil. Para mim e para a Ana Bastos essa afirmação é
ofensiva! Um abraço, José Manuel Silva”
RESPOSTA
DO EDITOR
Caro
vereador José Manuel Silva (JMS), na contra-argumentação, ainda
pensei escrever-lhe uma longa explanação de três ou quatro páginas
sobre filosofia política. Depois pensei que, sendo hoje,
segunda-feira, a reunião de Câmara, não deveria desviar a sua
concentração e, por isso mesmo, deveria ser curto.
Quanto
ao meu desabafo de que, pelo meu esgadanhar nas sessões públicas
camarárias, considero ser um “idiota útil para a oposição”
e pela sua “indignação” e da senhora vereadora Ana
Bastos (AB) de que tal afirmação é ofensiva, considerando que
estou no meu direito de manifestação, tomo a liberdade de escrever
o seguinte:
Inicio
pelo significado de “ofendido”, segundo o Dicionário
online de português: “Que causa ofensa ou dano físico ou
moral; lesivo.”
Comecemos por
dizer que V. Ex.ª não fundamenta muito bem o lastro do dano fisíco
ou moral. Mas avancemos. E recomecemos pela
ofensa com núcleo na frase “idiota
útil”.
Na afirmação, em
quem recai o estigma? Nos senhores, JMS E AB, ofendidos? Não. Na
minha liberdade de me classificar, avalio-me
como “idiota”. Mas não um idiota qualquer, com uma qualidade
superiora, de “util”. Ou seja, aqui, quem é o ofendido? Apesar
do adjectivo gradativo, notoriamente,
é
a minha pessoa e o meu desempenho pessoal. Sendo eu o ofendido, não
acha que notoriamente estamos
perante um conflito entre o meu
ego e super-ego? Que diabo, a minha personalidade psíquica está
consciente de exercer um bom controlo sobre o meu comportamento,
logo, implicitamente, estamos
perante uma ofensa do super-ego. É lógico que, de acordo com a
Teoria
da Psicanálise freudiana, deveria
haver um imediato
pedido de retratação. Contrariamente
ao primeiro, o super-ego, agindo como parte da estrutura da
personalidade, influenciado pela cultura e os chamados valores
sociais, é vaidoso, chegando a
ser detestável às vezes.
Pelo exposto,
porque devo ser sintético, o meu ego considera a vossa reclamação
improcedente. Quanto ao parecer do meu super-ego sobre o mesmo, não
sei bem para onde se inclinaria, quem sabe pelo contrário?
Saudações
democráticas, José Manuel Silva.
Um abraço.
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