segunda-feira, 21 de outubro de 2019

UM COMENTÁRIO E UMA RESPOSTA...

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)





Caro Quintans, não posso deixar de manifestar a minha viva discordância quanto à sua afirmação de que toda a oposição o considera um idiota útil. Para mim e para a Ana Bastos essa afirmação é ofensiva! Um abraço, José Manuel Silva




RESPOSTA DO EDITOR



Caro vereador José Manuel Silva (JMS), na contra-argumentação, ainda pensei escrever-lhe uma longa explanação de três ou quatro páginas sobre filosofia política. Depois pensei que, sendo hoje, segunda-feira, a reunião de Câmara, não deveria desviar a sua concentração e, por isso mesmo, deveria ser curto.
Quanto ao meu desabafo de que, pelo meu esgadanhar nas sessões públicas camarárias, considero ser um “idiota útil para a oposição” e pela sua “indignação” e da senhora vereadora Ana Bastos (AB) de que tal afirmação é ofensiva, considerando que estou no meu direito de manifestação, tomo a liberdade de escrever o seguinte:
Inicio pelo significado de “ofendido”, segundo o Dicionário online de português: “Que causa ofensa ou dano físico ou moral; lesivo.
Comecemos por dizer que V. Ex.ª não fundamenta muito bem o lastro do dano fisíco ou moral. Mas avancemos. E recomecemos pela ofensa com núcleo na frase “idiota útil”.
Na afirmação, em quem recai o estigma? Nos senhores, JMS E AB, ofendidos? Não. Na minha liberdade de me classificar, avalio-me como “idiota”. Mas não um idiota qualquer, com uma qualidade superiora, de “util”. Ou seja, aqui, quem é o ofendido? Apesar do adjectivo gradativo, notoriamente, é a minha pessoa e o meu desempenho pessoal. Sendo eu o ofendido, não acha que notoriamente estamos perante um conflito entre o meu ego e super-ego? Que diabo, a minha personalidade psíquica está consciente de exercer um bom controlo sobre o meu comportamento, logo, implicitamente, estamos perante uma ofensa do super-ego. É lógico que, de acordo com a Teoria da Psicanálise freudiana, deveria haver um imediato pedido de retratação. Contrariamente ao primeiro, o super-ego, agindo como parte da estrutura da personalidade, influenciado pela cultura e os chamados valores sociais, é vaidoso, chegando a ser detestável às vezes.
Pelo exposto, porque devo ser sintético, o meu ego considera a vossa reclamação improcedente. Quanto ao parecer do meu super-ego sobre o mesmo, não sei bem para onde se inclinaria, quem sabe pelo contrário?
Saudações democráticas, José Manuel Silva.

Um abraço.

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