Hoje,
ao abrir as portas dos estabelecimentos, os comerciantes desta zona
comercial foram surpreendidos por uma estranha mensagem anónima, sem
qualquer referência ao seu emissor:
“A
Baixa Está de luto…
Caros
colegas,
Eu
estou de luto pela nossa Baixa!
Eu
“choro” por todos os colegas que tiveram de encerrar as portas;
“choro” pela falta de segurança; “choro” pela falta de
iluminação ou no caso de existir a sua degradação e “choro”
pelo esquecimento a que fomos vetados pelas entidades camarárias.
Por tudo isto eu choro!!
Caros
colegas chegou a hora de nos juntarmos e “gritarmos” para todos
ouvirem que já não aguentamos mais, é preciso uma mudança.
Por
isso no dia 15 de Abril vamos todos expor faixas negras nos nossos
estabelecimentos em sinal de luto pela nossa baixa, de modo a chamar
a atenção de todos os residentes de Coimbra para a nossa realidade.
Comerciante
desesperado”
UM
POUCO DE HISTÓRIA
Ontem,
segunda-feira, eu estava inscrito para me manifestar na reunião de
câmara, no tempo reservado à intervenção do público. Esta foi a
data agendada e que me foi comunicada aquando da inscrição na
Secção de Atendimento - e que ainda consta no calendário das reuniões publicado na página oficial do município de Coimbra.
Sem
entrar muito na matéria, em nome de alguns comerciantes das ruas da
Sofia e Ferreira Borges e outros que virão a sofrer proximamente, seguindo no mesmo sentido da anterior deliberação, sob o lema “A Baixa comercial está a morrer”,
iria manifestar o profundo repúdio pela acção, de, numa altura de enorme fragilidade económica, se levar tudo à
frente através da fiscalização municipal. Dois profissionais da compra e
venda foram sancionados com coimas elevadíssimas. Só para
exemplificar, um deles com a verba de 1,022.21 euros.
Juntamente
com alguns dos visados e outros, ontem, deslocamo-nos à autarquia. Batemos com o
nariz na porta. Ou seja, à última hora, sem que a prorrogação me
fosse comunicada, a reunião foi adiada para a próxima terça-feira,
dia 16 de Abril. Relembro que os contactos são obrigatórios para
qualquer munícipe poder intervir. Quanto a esta falta de consideração estamos conversados. Aliás, não é a primeira vez
que Manuel Machado, presidente da edilidade, me falta ao respeito. Em
especulação, para mim, este hemiciclo, representado por um
democrata tão singular, está a transformar-se num plágio de um qualquer parlamento ditatorial.
E
EIS ENTÃO O ESTRANHO COMUNICADO ANÓNIMO
Por
aqui, pela Baixa comercial, a maioria está convencida de que sou o
autor da estranha missiva. Aos que me conhecem mal, quero dizer que, ainda que colabore na iniciativa, não tenho nada a ver com este desempenho sem nome. Com todos os meus
defeitos e virtudes, estou na vida de cara descoberta. Nunca farei
nada, contra pessoas ou instituições, a coberto da cortina. Abomino
a cobardia. Detesto todos aqueles que não assinam por baixo o que
pensam e, querendo estar bem com Deus e o Diabo, agem de maneira
vergonhosa. Para estas caricaturas de gente, o meu mais veemente
repúdio! Estamos no tempo do faz-de-conta.
MAS,
AFINAL, DE ONDE VEM O BILHETE?
Para
quem anda nesta vida há muito tempo e, lendo aqui e ali, vendo
certas movimentações na sombra, chega facilmente ao emitente. Como
não tenho a certeza a cem por cento, como é óbvio, não o(s) menciono.
Rejeitando completamente este procedimento anónimo -ainda que vá colocar também uma faixa negra na montra-, deixo apenas uma pergunta: é assim, escondendo a identidade, que se promovem medidas para defender o comércio tradicional?
Rejeitando completamente este procedimento anónimo -ainda que vá colocar também uma faixa negra na montra-, deixo apenas uma pergunta: é assim, escondendo a identidade, que se promovem medidas para defender o comércio tradicional?
Sem comentários:
Enviar um comentário