“Com
este bombardeamento massivo, progressivamente,
sem
conseguirmos escolher entre o essencial e o acessório,
estamos
a transformar-nos em seres assépticos, sem princípios éticos,
e
a deixar de reagir à emoção. Uma das consequências é o
enfraquecimento
da
comunicação inter-pares.”
Na
próxima Quarta-feira, 24 de Abril, pelas
21h30,
vai realizar-se no Terreiro da Erva o espectáculo
“Por
Este Rio Acima”,
álbum
de Fausto Bordalo Dias editado em 1982.
Segundo o jornal Notícias de Coimbra, “O espetáculo foi uma das propostas vencedoras da primeira edição do Orçamento Participativo da Câmara de Coimbra, tendo recebido 33 mil euros, referiu o também autor da candidatura.”
Segundo o jornal Notícias de Coimbra, “O espetáculo foi uma das propostas vencedoras da primeira edição do Orçamento Participativo da Câmara de Coimbra, tendo recebido 33 mil euros, referiu o também autor da candidatura.”
Em
comentários no Facebook
sobram
as queixas divididas entre o grau de pouco conhecimento geral e, sobretudo para outros, que o
evento está devidamente publicitado pela autarquia. É assim, ou não
é? Talvez sim!
E talvez não!
Ou
talvez que é preciso mudar o paradigma de comunicação?
Pelo
sim,
de
que o
evento
tem a difusão
necessária,
a
consubstanciar , vou fazer uso de um comentário que reza assim:
“Pouco
ou nada (publicitado)?
Tem vindo nos jornais, no facebbok, no instagram, em outdoors na
rua... talvez o melhor seja a Câmara colocar um papelinho na caixa
do correio de todos os moradores de Coimbra, não???”
.
Pelo
não,
pelos que defendem a fraca propaganda do
acontecimento,
os comentários, onde
grassa
o completo desconhecimento sobre o que trata,
atestam que não têm informação.
E
então vou falar numa mudança absolutamente necessária na
informação camarária, cultural e outras.
É
facto que nunca como hoje houve tanto instrumento de propagandear seja lá o que for. É verdade também que,
parece-me,
com
o passar do tempo e aumento de oferta de espectáculos e meios noticiosos,
estranhamente
em
Coimbra,
os queixumes têm vindo a aumentar.
Ora,
a ser assim, estamos perante uma contradição que não faz sentido.
Ou faz? Hoje, em overdose
diária, estamos a ser bombardeados com tamanha carga de informação
geral que o nosso cérebro, embora
diferencie
com dificuldade o mais e o menos importante, não
memoriza e
acaba a repelir
o relevante.
Por
conseguinte, entra tudo a cem e sai a duzentos. Com este matraquear massivo,
progressivamente, sem
conseguirmos escolher entre o essencial e o acessório,
estamos
a transformar-nos em seres assépticos, sem princípios éticos, e a
deixar de reagir
à emoção.
Uma
das consequências é o
enfraquecimento
da comunicação
inter-pares.
Se
tomarmos alguma atenção, há cada vez um maior número de pessoas
que ou não atende deliberadamente o telemóvel e
não se digna devolver a chamada. O
valor maior de escutar alguém, conhecido
ou
desconhecido que nos quer falar, deixou de fazer sentido para muitos.
E
no caso de
não se identificar o número, então
o
mais certo, é um bloqueio sistemático.
Por
incrível que pareça, estamos a
afastar-nos cada
vez mais do
grupo,
do todo,
do
massificado,
do
vazio
do abstracto,
e
cada mais a
aproximar-nos
do concreto,
das
coisas pequenas, do
singular.
Por
tudo isto, a informação cultural da cidade, para além dos meios
normais de divulgação pública, deve ser personalizada e
direccionada aos interessados que a requeiram e solicitem. Não deve
ser difícil construir uma base de dados e, diariamente, passar a
informação por mensagem, por e-mail ou via telefónica.
Se
Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé!
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