(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Num
tempo de cartilha económica a uma só voz, em que todas as portas se
abrem para dar prioridade às grandes empresas e negócios de
exportação, vale a pena citar o Diário de Notícias da última
quinta-feira, 29 de Setembro:
“As empresas
portuguesas não exportadoras estão a criar mais emprego, a facturar
mais, a criar mais valor acrescentado e a gerar maiores excedentes
para a economia do que as companhias exportadoras. O tecido
empresarial não financeiro (excluindo, portanto, bancos, fundos e
seguradoras) está quase todo mais dinâmico e produtivo, mas as
actividades voltadas para o mercado interno destacam-se mais porque
tomam a dianteira numa série de indicadores económicos, de acordo
com um estudo divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estatística
(INE).”
“Os dados
preliminares do INE relativos ao exercício de 2015 mostram que as
empresas não exportadoras (346,8 mil pequenas e médias empresas ou
PME e 580 empresas de grande dimensão) criaram mais emprego (mais
3,5% face a 2014, até um total de 2,1 milhões de postos de
trabalho). O sector exportador (22,4 mil PME e 429 companhias de
grande dimensão reforçou em apenas 3,3% os seus quadros de
pessoal.”
“Na facturação
(volume de negócios ou vendas) as diferenças são maiores e as não
exportadoras ganham sempre. Facturam mais 2,5%, ao passo que nos
negócios exportadores o aumento foi de 1,9%.
No valor acrescentado
bruto (VAB) (o contributo directo para o PIB subiu 5,4% no sector
não exportador e 3,7% nas exportadoras.”
“O mesmo estudo
mostra que as empresas de pequena dimensão são muito mais dinâmicas
em termos de actividade (facturação, valor acrescentado, excedente
gerado), mas que as empresas grandes são as que mais contratam.”
“As
empresas grandes ganham no emprego, mas não na criação de riqueza
e nas vendas. Segundo o mesmo estudo, as PME aumentaram muito mais a
facturação ou volume de negócios (3,4%) do que as grandes empresas
(0,8%).
As
mais pequenas também foram líderes claras no crescimento do VAB
(5,5% contra 3,9% no caso das empresas maiores) e no indicador que dá
uma leitura aproximada da evolução do lucro: o excedente bruto de
exploração das PME disparou 9% contra apenas 1,3% nas empresas
maiores.”
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