sábado, 1 de outubro de 2016

VERDADES SOBRE MENTIRAS FEITAS QUE DEVERIAM FAZER PENSAR MUITOS POLÍTICOS

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)




Num tempo de cartilha económica a uma só voz, em que todas as portas se abrem para dar prioridade às grandes empresas e negócios de exportação, vale a pena citar o Diário de Notícias da última quinta-feira, 29 de Setembro:

As empresas portuguesas não exportadoras estão a criar mais emprego, a facturar mais, a criar mais valor acrescentado e a gerar maiores excedentes para a economia do que as companhias exportadoras. O tecido empresarial não financeiro (excluindo, portanto, bancos, fundos e seguradoras) está quase todo mais dinâmico e produtivo, mas as actividades voltadas para o mercado interno destacam-se mais porque tomam a dianteira numa série de indicadores económicos, de acordo com um estudo divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).”

Os dados preliminares do INE relativos ao exercício de 2015 mostram que as empresas não exportadoras (346,8 mil pequenas e médias empresas ou PME e 580 empresas de grande dimensão) criaram mais emprego (mais 3,5% face a 2014, até um total de 2,1 milhões de postos de trabalho). O sector exportador (22,4 mil PME e 429 companhias de grande dimensão reforçou em apenas 3,3% os seus quadros de pessoal.”

Na facturação (volume de negócios ou vendas) as diferenças são maiores e as não exportadoras ganham sempre. Facturam mais 2,5%, ao passo que nos negócios exportadores o aumento foi de 1,9%.
No valor acrescentado bruto (VAB) (o contributo directo para o PIB subiu 5,4% no sector não exportador e 3,7% nas exportadoras.”

O mesmo estudo mostra que as empresas de pequena dimensão são muito mais dinâmicas em termos de actividade (facturação, valor acrescentado, excedente gerado), mas que as empresas grandes são as que mais contratam.”

As empresas grandes ganham no emprego, mas não na criação de riqueza e nas vendas. Segundo o mesmo estudo, as PME aumentaram muito mais a facturação ou volume de negócios (3,4%) do que as grandes empresas (0,8%).
As mais pequenas também foram líderes claras no crescimento do VAB (5,5% contra 3,9% no caso das empresas maiores) e no indicador que dá uma leitura aproximada da evolução do lucro: o excedente bruto de exploração das PME disparou 9% contra apenas 1,3% nas empresas maiores.”


Sem comentários: