Esta
noite, relembrando tempos passados, depois de já ter dado duas,
mais uma volta, e mais uma. Fique nesta.
Mais logo, quando os
relógios marcarem duas horas, não esqueça de atrasar uma hora e
ficar na uma.
É interessante como os políticos, preocupados com o nosso bem-estar, nos mandam dar uma volta. Dizem que, com este atraso horário, Portugal fica alinhado com o tempo universal. Mas há quem diga que o país diverge desta universalidade cerca de vinte anos -é certo que já foi muito mais e, já chegou a ser quarenta, e, com muita esperança, talvez ainda consigamos alcançar o azimute. A meu ver, que destas coisas pouco percebo, não é fácil encarreirar. Parecemos perdidos num labirinto em busca obsessiva de uma saída feliz. Com voltas e mais voltas, queremos, a qualquer custo, apanhar a felicidade. Mas, para ser feliz é preciso pouco e o contentamento, o bem-sentir, está tão perto, está dentro de nós.
É interessante como os políticos, preocupados com o nosso bem-estar, nos mandam dar uma volta. Dizem que, com este atraso horário, Portugal fica alinhado com o tempo universal. Mas há quem diga que o país diverge desta universalidade cerca de vinte anos -é certo que já foi muito mais e, já chegou a ser quarenta, e, com muita esperança, talvez ainda consigamos alcançar o azimute. A meu ver, que destas coisas pouco percebo, não é fácil encarreirar. Parecemos perdidos num labirinto em busca obsessiva de uma saída feliz. Com voltas e mais voltas, queremos, a qualquer custo, apanhar a felicidade. Mas, para ser feliz é preciso pouco e o contentamento, o bem-sentir, está tão perto, está dentro de nós.
Notoriamente,
numa escala de sanidade mental, estamos a enlouquecer e não damos
conta. As fixações vieram para ficar e os anti-depressivos tentam
dourar a pílula, fazendo de conta de que se consegue pintar o negro
de cores claras e brilhantes. A luta diária é permanecer à tona e
não sufocarmos no oceano do ensandecimento.
O
individualismo, o salve-se quem puder, é cada vez maior. A falta de
escrúpulos, o esmagar o outro, colocando-lhe um pé em cima mesmo
que isso possa resultar na sua própria destruição, é a “religião”
do tempo. Não deixa de ser curioso como este “re ligar”,
ligando o eu ao meu eu, nada tem a ver com o alinhar com o outro, o
próximo, aquele que está ao meu lado. Toda a religião, na sua
historicidade e processo histórico, belicoso ou de paz, envolveu
sempre o outro. Contrariamente, hoje a guerra é surda e silenciosa.
É connosco. Somos nós, que pela overdose de respostas
facilitadas para problemas difíceis, perdemos o interesse para
dissecar a exactidão. A verdade há muito que
deixou de ser uma convicção para ser somente uma tese construída
no prostíbulo da ideologia vazia, no egoísmo da afirmação sem
fundamentação.
Buscando
o lucro imediato, mas sempre em nome do progresso, a ciência
rendeu-se à procura da solução fácil para dificuldades materiais
complicadas, tangíveis, e largou de vez a investigação da verdade.
A autenticidade, a veracidade, deixou de ser o húmus, a purificação
da existência e, sendo remível a dinheiro pelas autoridades
judiciais, passou a ser uma mera conveniência de negócio
O
medo tomou conta de nós e consome as nossas entranhas. Temos receio
de tudo e de todos. A sombra, enquanto devir, as mudanças
pelas quais passam as coisas, perdeu o apaziguamento do transitório e transformou-se
no permanente anátema da tragédia eminente.
A
filosofia não traz dividendos e passou a ser apenas distracção
para loucos. O Sol a pôr-se e o pôr-do-sol, enquanto fim e princípio da luz, são contemplações abstractas que adivinhamos num
poema. Já poucos perdem tempo a olhar o mar e sonhar com a
realização.
Mais logo, quando bater duas, não esqueça, repita e bata uma.
Mais logo, quando bater duas, não esqueça, repita e bata uma.
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