terça-feira, 5 de abril de 2022

MEALHADA: HOJE FOI DIA DE REUNIÃO DE CÂMARA MUNICIPAL (2)

(imagem do jornal online Bairrada Informação)



O tempo lá fora estava de tempestade, com vento a soprar forte. Em contraste, o clima dentro do Salão Nobre da Câmara Municipal da Mealhada era de fraternidade. Não sabia a razão, mas que parecia milagre, lá isso parecia.

E veio a segunda parte da sessão, como quem diz, o o Período da Ordem do Dia.


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Sem pontos de agenda que chamassem a atenção, chegamos às 10h00, período de intervenção do publico.

Por um munícipe foi apresentado o chamado “estacionamento armadilhado da Estação”, que consiste em três lugares destinados a táxis no estacionamento da Estação de Caminho de Ferro que, para além de não cumprir o seu objecto, está mal sinalizado e constitui um terreno fértil para a denominada caça à multa durante todo o ano e sem respeito algum pelos automobilistas.

Pelo presidente António Franco foi dito que compreendia perfeitamente, até porque já lá tinha estacionado por engano, e que iria mandar sinalizar com com brevidade o local.

A seguir interveio um outro munícipe, sócio de uma empresa, sobre o direito de preferência da Câmara Municipal na venda de um armazém na Zona Industrial da Pedrulha. Embora o ponto agendado já tivesse sido adiado para a próxima reunião, o munícipe mostrou que ali havia um tomar um coisa por outra (quid pro quo). Ou seja, o executivo tinha sido mal informado. Para além disso, com toda a honestidade, o cidadão disse: Senhor presidente, estamos numa situação de grandes dificuldades económicas. Para além disso, já temos um comprador. Temos mesmo muita urgência. Foi aqui que se “sentiu” a grande preocupação que o executivo, no seu todo, maioria e oposição, foi aflorado e na necessidade de voltar atrás e discutir o problema. Foi votado e prescindido o direito de preferência. E o empresário foi à sua vida, feliz e contente, com a certeza que aquele hemiciclo estava para arranjar soluções e não criar problemas. Ficou a saber-se que irá ser instalada uma firma ligada ao ramo automóvel, e que, dentro em breve, começará a laborar.

E estamos no ponto 7. Foi adquirido pela autarquia, na Pedrulha, Casal Comba, um prédio urbano que anteriormente o município oferecera 25 mil euros, ao que o proprietário não aceitou. Veio agora, por rectificação, a ser arrematado pela edilidade por 35 mil euros.

E chegamos ao 8º ponto da agenda: “Parecer técnico – Regimento Jurídico das Ações de Arborização e Rearborização (RJAAR)”.

No caso tratava-se de um parecer sobre o licenciamento de uma plantação de eucaliptos.

Por Sónia Leite, (PS) foi dito que esta forma de licenciamento não satisfaz. É preciso outro tratamento por parte do ICNF. Aprovamos mas depois não há quem fiscalize.

Filomena Pinheiro, corroborando o que foi dito pela vereadora do PS, adiantou que “custa-me diabolizar esta questão sabendo que é uma actividade de subsistência. Concordo que haja uma plantação diversa que tente harmonizar os interesses”. Acrescentou ainda que tinha noção dos malefícios do eucalipto, mas também tenho noção do rendimento do pequeno agricultor. É um caso muito sério. Não podem enterrar ainda mais quem procura uma solução de viabilidade.

Hugo Silva, pela Coligação Juntos pelo Concelho da Mealhada, disse que uma plantação tem de ser visível e rentável, 60 ou 70 pés não são economicamente viáveis. (Com esta lei) Podemos estar a ser os carrascos da terra. Se não houver cuidado estamos a contribuir para o abandono da terra. “para mim, é preferível ter eucaliptos do que o abandono da terra”.

António Franco concordou com todos. Por um lado, se aprovamos estamos a contribuir para a mono-cultura, se fizermos contrário estamos a ir contra os agricultores. Custa-me votar contra isso.

E por não considerar os restantes pontos de interesse maior, fico-me por aqui.


RESUMO FINAL


Como conclusão, digo que foi uma sessão cordial. Pelo ambiente elevado e de fraternidade, gostei de assistir. Saí mais enriquecido.

Há um assunto que deve ainda ser ainda escalpelizadado: a vinda de mais três médias superfícies de retalho para a Mealhada, e as suas consequências para o comércio de rua, mas isso será mais tarde.

 

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