Ainda no segredo dos deuses, soubemos por fonte, que pediu resguardo, próxima do executivo liderado por António Jorge Franco, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, que a autarquia vai editar um jornal bi-mensal municipal.
Citando o meu informador anónimo, “o Franco anda muito incomodado com a informação pública no concelho. É limitada, vai a passo de caracol e não salvaguarda o interesse público.
Por vezes, quando vê que as notícias da Câmara chegam com mais de uma semana de atraso a casa dos munícipes, chega a manifestar desânimo no seu grupo de trabalho. “Assim não vamos lá”, diz Franco meio exaltado e a arranhar na cabeça. “De que nos vale trabalhar imenso, se esse esforço não for conhecido e reconhecido pelo povo que votou em nós? Por este andar não vamos aos oito anos de mandato!”, enfatiza o nosso mayor.
Continuando a citar o meu depoente, “com a publicação deste jornal, com uma cajadada mata-se dois cães, salvo seja, que me perdoe a Associação Viralata Vira Amor, é uma forma de dizer. Por um lado, resolve-se o problema da falta de informação a tempo e horas em casa dos munícipes, por outro, com tempo, pode colmatar a omissão da publicidade às deliberações. Não sei se sabe, mas, ao abrigo da lei 75º/2013, artigo 56º, a edilidade há muito que está obrigada a publicar num jornal as suas deliberações quinzenais e nunca o fez. Tem havido por parte da tutela uma certa pressão para iniciar o processo.
Por outro lado, o presidente não está muito satisfeito com a “reciclada” Agenda Municipal/Mealhada, que levou uma pequena mexida há pouco tempo e passou a ser impressa na FIG, em Coimbra. “Aquilo”, embora divulgue as iniciativas culturais no concelho, não serve. É demasiadamente curta nos objectivos. Queremos muito mais!
Claro que as coisas não podem ser imediatas, porque a Lei, sendo de certo modo limitativa, impõe condições. O título não pode ser distribuído gratuitamente; deve ser de informação geral; que tenha uma edição quinzenal não inferior a 1500 exemplares nos últimos seis meses. Ou seja, primeiro tem de nascer o jornal, dar-lhe os primeiros passos, pô-lo na linha e só depois entrar na viagem rumo ao futuro.
Entre outros nomes em cima da mesa, pode muito bem vir a chamar-se “O Mealhadense”.
-Não se esqueça que esta informação é em “off”. Está a ouvir? Nada de nome. Não me desgrace a vida. Ouviu bem?
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