segunda-feira, 18 de outubro de 2021

MEALHADA E A POSSE DOS MEMBROS AUTÁRQUICOS: O RESSABIAMENTO DO PASTOR

 





1 - Conforme é obrigação legal e princípio protocolar, neste dia 18 de Outubro, pelas 10h30, num Salão Nobre a rebentar pelas costuras com tanta gente presente, tomaram posse os novos membros para os órgãos autárquicos, respectivamente, para a Câmara Municipal, para a Assembleia Municipal e para as juntas de freguesia.


2 - Não fora o bom serviço prestado pelo jornal online Bairrada Informação, que transmitiu em directo e gravou a cerimónia, quem não esteve presente não teria qualquer hipótese de, em diferido, visualizar as imagens do maior programa solene que uma autarquia pode oferecer aos seus munícipes. Para esta publicação digital o nosso muito obrigado.

Numa acção estranha a todos os níveis, é de ressaltar pela negativa a não transmissão do acto social na página do município, no Facebook.

Não sei o motivo, mas suponho que seja um (mau) costume que já vem de trás. Num momento importantíssimo para o Concelho, como é a investidura de um novo governo local, seria bom que o (novo) presidente da Câmara Municipal, António Jorge Franco, chamasse a si a necessidade de reformular a página oficial da edilidade.

Como se sabe, a comunicação de uma instituição é o “catalizador”, o dispositivo que reduz as emissões poluentes, o instrumento que permite ao público avaliar com alguma objectividade o trabalho desenvolvido.

E como primeira medida – e supondo que o até aqui director de comunicação está de saída -, deveria tornar este sítio formal como um espelho de tudo o que se projecta e realiza na Câmara Municipal, como também todos os eventos culturais que acontecem no Concelho. Desde a festa em honra do santo padroeiro até à romaria mais eclética, tudo deveria ser apresentado diariamente ao alcance de um clique. Quem acedesse à página, logo a abrir no cabeçalho, ficaria imediatamente a saber do que “vai acontecer hoje no município”. Incluindo a publicitação de véspera e no dia de todas as reuniões oficiais, fosse na câmara Municipal, na Assembleia, ou até outras descentralizadas que venham a acontecer – e com o cuidado de desblindar estes editais para permitir espalhar a informação por outras páginas no Facebook e chegar ao máximo de cidadãos interessados.

Sem esquecer, naturalmente, a transmissão de todas as sessões através da Internet.


3 – Começo por confessar que, independentemente de nada nos ligar a nível partidário, até tinha alguma admiração por Rui Marqueiro, o presidente cessante que, durante muitos, mas muitos anos, bem para uns, mal para outros, esteve à frente dos destinos dos mealhadenses. Tenho para mim que a política é um jogo de poder alternativo, uma moeda de dois cunhos: neste mandato ganha um, no próximo pode ser, ou não, o que perdeu agora. Por isso mesmo, os eleitores devem celebrar a vitória do vencedor, mas sem ostracizar, desprezar, os que perderam, porque, na curva do próximo mandato, se pode dar de chofre com eles.

Claro que não é apenas uma medida calculista, é também o respeito devido a quem, de forma heroica, se bateu pelos seus ideais – que, em resultado global, acaba por ser em prol do desenvolvimento. Mas é preciso não esquecer uma premissa importante: os que perdem, de modo digno e altruísta, aceitando a derrota, num gesto nobre e de grandeza intelectual, devem curvar-se perante o vencedor.

Ora, o que assistimos hoje por parte de Rui Marqueiro, ao não comparecer pessoalmente na passagem de poder para outros intervenientes, foi simplesmente indecoroso. Para além do azedume que parece mostrar para com os vencedores, é um acto indigno de um ex-chefe de uma edilidade. Em silogismo, é um desprezo para com todos os eleitores que, no seu entender, renegaram e oficializaram a sua derrota na urna. Para além de mais, esta acção menor, quer se queira quer não, chamusca o Partido Socialista.

Bem tentou a agora deputada à Assembleia Joana Sá Pereira lavar o procedimento de Marqueiro com sabão Clarim, porém a bofetada estava dada e os danos feito estragos colaterais incomensuráveis.

Lamentável, Dr. Rui Marqueiro. Bem podia guardar para si o ressabiamento que lhe vai na alma. Com sinceridade, o Senhor, na despedida de funções autárquicas, não merecia o mal que fez a si próprio.


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