Com o título “A estranha aberração de uma escola silenciosa”, a crónica, bem escrita, surgiu na rede social Facebook e, como alarme social que alastra e ameaça, depressa tomou conta de muitos. Ou não fossem as crianças o futuro da humanidade – e o texto falava de três premissas que preocupam todos: a “escola”, “as crianças” e “a disciplina”.
Bom sejamos honestos, no caso da disciplina não é bem assim. Olha-se para este sub-produto fundamental da educação e formação humana como uma exigência para os filhos dos outros, os nossos, nomeadamente as crianças, não é muito necessária, “o amor vence tudo”, diz-se por aí.
Voltando a caso concreto que me levou a escrever esta “estória”, conta-se de uma penada: uma escola do primeiro ciclo no Luso, ali no sopé da grande Mata Nacional do Bussaco, onde na Guerra Peninsular, em 1810, o marechal Massena perdeu as botas e levou um pontapé no traseiro, os alunos, entre os seis e os dez anos, para saírem do estabelecimento de ensino público ao cair da tarde e serem entregues aos pais, são obrigados por duas funcionárias a fazê-lo em silêncio e de forma ordeira, em fila indiana. E enquanto não serenarem os ânimos não saem. Por sua vez, os avós e pais, enquanto não houver calma no grupo, chegam a esperar 15 minutos pelos petizes.
Ora, contando com uma algazarra digna de nota e recebendo em troca um silêncio sepulcral na saída dos miúdos, o subscritor, indignado, considerando que “A escola não é isto. A escola deixa viver. A escola deixa que as crianças sejam crianças e esta não está a deixar ser.”
Ajuizou ainda que este tratamento, e estou a citar, como “tipo exército”, a “procissão das velas”, “um velório”.
Antes de pedir a sua opinião, leitor, posso adiantar que, de entre 147 comentários e 53 partilhas que se manifestaram contra o ditatorial relacionamento entre adultos e gaiatos, apenas um comentador, por sinal professor, se manifestou a favor do método aplicado pelas duas funcionárias da escola de Luso.
O que pensa disto? Está correcto? É um tratamento impróprio para as inocentes crianças? O que lhe parece?
(Continua amanhã)
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