domingo, 31 de outubro de 2021

BARÓMETRO DE UM JORNAL EM PAPEL PUBLICADO NA BAIRRADA

  



Jornal da Mealhada (edição de 27 de Outubro)


MENOS BOM


Até à penúltima edição, quinzenalmente, eram editadas 24 páginas.

A partir daí, incluindo esta que escrevo, o jornal foi reduzido para 16.

A que se deve este encolhimento?”



Seguindo a mesma bitola de há quinze dias, esta última edição apresenta-se muito fraquinha, Graças a Deus.

Esta publicação apresenta-se assim: com duas páginas, novamente a falar da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM) – que, lembramos, é a proprietária do título –; mais uma sobre Geriatria, escrita por uma técnica da SCMM; mais duas centrais com uma entrevista a Ricardo Pocinho, presidente da ANGES, Associação Nacional de Gerontologia Social; mais duas com pouco texto e muitas fotos a escrever sobre a Secção de Ballet do Hóquei Clube da Mealhada e “Memórias da Retirada”, um episódio referente a várias peças teatrais, co-realizadas pela Câmara Municipal e a Companhia Caixa de Palco, concernentes “a alavancar a memória da Batalha do Bussaco, 29 de Setembro de 1810”; e na última página, novamente com mais imagens do que fotos, anuncia-se que a “Associação do Carnaval da Bairrada vai a votos” e a “BiblioMealhada de regresso à estrada”.

Outras duas sobre a tomada de posse e distribuição de pelouros aos novos eleitos para a Câmara Municipal.

Uma página divida em metade para Anadia e outra metade para Mortágua. E ainda uma sobre Desporto.

Nas páginas 10 e 11 são mostradas três crónicas, duas de colaboradores e uma institucional da DECO, sobre direitos dos consumidores.

Ou seja, dá para perceber que a maioria dos artigos são para “encher chouriços”. É como se não havendo outros assuntos para escrever, metem-se conteúdos só para preencher as páginas. Pode até nem haver, pelo menos ao alcance dos nossos olhos, mas para se trabalhar o contínuo interesse dos leitores e assinantes e manter um jornal vivo e acutilante, como pesquisador de ouro, é preciso ir procurá-las. E em cada aldeia que forma o conjunto do Concelho, ouvindo os locais, estou certo, haverá muita recomendação para fazer ao governo local. Não se procura a participação política? Vamos a isso! Notoriamente, a meu ver, a SCMM não está interessada em fazer deste título uma marca resplandecente no universo jornalístico, no mínimo, em toda a Bairrada. Salvo melhor opinião, parece que a preocupação é poupar nos custos, colocando de lado a qualidade noticiosa de um Concelho que não detém outro meio informativo em papel. E se assim não fosse, como entender a diminuição de páginas no caderno? Até à penúltima edição, quinzenalmente, eram editadas 24 páginas. A partir daí, incluindo esta que escrevo, o jornal foi reduzido para 16.

A que se deve este encolhimento? O Concelho teria minguado? A mudança política para um tempo mais e melhor (espera-se), de maior esperança, terá alguma coisa a ver com isso?

É certo que vai havendo alterações, como a de modificar o identificativo, que agora é uma pena a simbolizar um olho, mas isso serve pouco para um leitor que, felizmente, é cada vez mais exigente.

Nascesse na cidade outro semanário e a proprietária acordava do seu longo sono letárgico.

Vale a pena pensar no que está acontecer?


(P.S: A página do jornal no Facebook continua desactualizada)


De zero a vinte, atribuo a esta edição 12 valores.


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