(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Histórico
total de visualizações de páginas
|
1
505 043
|
Onze
anos depois, mais de onze mil publicações, mais de uma centena de
grandes e pequenas lojas encerradas na Baixa e, no mesmo espaço, outras tantas que
abriram e voltaram a cerrar portas, tantos momentos pessoais de
tristeza e outros de alegria, imensas histórias contadas de pessoas
anónimas, mas singulares, que, não fora o facto de me ter cruzado
com elas uma ou várias vezes, nunca teriam ficado para a
posteridade, tantas dezenas de sujeitos que partiram desta vida, na
sombra da endémica ignorância social, contribuindo para a
construção de uma vivência cheia de luz e cor, e que não teriam
merecido uma simples linha num qualquer jornal, continuamos por cá
a escrever sobre assuntos, para uns importantes para outros pouco
significativos. O primeiro post que escrevemos, nos já idos anos de
2007, foi “D. Quixote e o “lixo” Urbano”. E assim chegámos
ao milhão e meio de visitas.
Quarenta
e quatro anos depois do 25 de Abril de 1974, em que a liberdade de
expressão, amadurecida e já com barbas na responsabilidade
individual, deveria constituir um dos primados da existência,
verifica-se que o exercício livre da escrita é cada vez mais
difícil de desempenhar. Se quem escreve na linha de intervenção
social disser sempre bem e nunca manifestar oposição, é certeiro,
terá milhentos amigos. Se, pelo contrário, cortar a direito e
escrever o que pensa está o caldo entornado. A agradar será sempre
a um leitor que nunca manifesta opinião e raramente agradece o
esforço despendido. Talvez por isto mesmo se diga que o “escritor”
é um eremita revolucionário, sem amigos e sem alguém que lhe dê o
devido valor. Para continuar a exercer, com independência e justiça,
tem de ter acoplada uma elevada dose de loucura. Quem escreve sem ter
um sindicato a protegê-lo, oferecendo o corpo às balas, está à
mercê de qualquer atirador isolado.
Como
erva daninha que se multiplica até ao infinito, o que por aí se
desenvolve mais, por um lado, é o incógnito que atira e foge sem
assumir seja o que for, por outro, é o pensamento único, o
politicamente correcto, que a todo o custo tenta abafar a opinião
contrária.
Dentro
de todas as similitudes e o seu oposto, sem intenção de agradar a
este ou àquele, embora saibamos que há muito boa gente que adorava
que encerrasse a página e arrumasse de vez o vício de escrever num
frasco de formol para a posteridade, cá continuamos a “botar
faladura” e debitar opinião.
Em
balanço geral, se interrogassem o que ganhámos com
isto, o que responderíamos? Para além do enorme gosto que temos em
defender uma posição bem vincada na comunidade, absolutamente nada!
Muito
obrigado por, enquanto leitor diário, continuar a ler o que
plasmamos e nos ajudar a continuar. Aquele virtual abracinho de
amizade.
2 comentários:
Parabéns Luis,e obrigado por nos presentear, quase diariamente,com os seus textos,ensaios e noticias da nossa cidade,obrigado por fazer serviço publico pro bono,prejudicando vida pessoal,familiare profissioal,obrigado.
um abraço,marco pinto
Mais do que justiça por quem nos mantém informados e conscientes, é uma questão de cidadania e bom gosto!!!
Abraço!!!
Enviar um comentário