(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
A
notícia vem plasmada no Diário as Beiras (DB) de hoje: “segundo
microfone a desaparecer do Salão Nobre”.
Prosseguindo na citação do DB,
“O final da sessão de ontem da Assembleia Municipal de
Coimbra (AMC) foi de aflição para a funcionária Irene Lino. Tudo porque
um dos quatro microfones portáteis, colocados à disposição dos
deputados municipais, tinha desaparecido. O presidente do órgão
municipal corrobora a preocupação: Este é já o segundo aparelho
que desaparece”, revela Luís Marinho.
No mandato anterior, a
assembleia comprou cinco aparelhos portáteis de captação de som -a
cerca de 1.000 (mil) euros cada-, um para cada bancada. Mas só
quatro chegaram ao final do mandato.”
Se
uma árvore podre não representa a floresta, é um facto, mas pode
contaminá-la. Quero dizer com isto que, enquanto cidadão
participante da vida política da cidade, este furto envergonha-me e
deveria embaraçar todos os deputados, presidentes de junta, e
membros do executivo presentes ontem no Salão Nobre da Câmara
Municipal de Coimbra.
Se
todos os dias lemos na imprensa que são detidas pela PSP pessoas por
furtarem roupas, vinhos e chocolates, por que razão, ontem, o
presidente do hemiciclo não chamou a PSP? Os eleitos municipais estão acima da lei?
Se o tivesse feito, mais que
certo, tinha apanhado o ladrão e, acima de tudo, tinha evitado que a
mácula caísse sobre todos os presentes. Considerando que não vai
participar o facto ao Ministério Público, interrogo: por que não o
faz? Sendo eleito representante de todos os munícipes através do
voto popular, com que direito se arroga o presidente da AMC para, de
per si, decidir que o acto criminoso não deve ser denunciado e investigado pela polícia? Se bem que, lembrei-me agora, sendo um bem público está obrigado por lei a apresentar queixa. No entanto, a questão mantém-se: porque não chamou ontem as autoridades para apanhar o gatuno?
Novamente
na minha qualidade de cidadão, que sempre cumpriu as suas obrigações
cívicas para eleger representantes políticos, a ser verdade o que
se transcreve -porque parece impossível isto acontecer-, sinto uma
enorme humilhação por ter contribuído para eleger um ladrãozeco,
reles e barato, que nem para guardar cabras serve e, onde exercer,
desonra a profissão. Mais, enxovalha o órgão em que está
inserido, rebaixa toda a classe política, e constrange toda a
cidade.
É caso para dizer a quem pretenda frequentar a AMC: Cuidado com as carteiras!
É caso para dizer a quem pretenda frequentar a AMC: Cuidado com as carteiras!
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