(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Há
dois dias, na Página da Câmara Municipal de Coimbra (Não Oficial),
no Facebook, foi postado um vídeo e um sentido pedido de ajuda de
uma mãe em desesperança: “SOU UMA MÃE
DESESPERADA... AJUDEM-ME A AJUDAR O MEU FILHO!!!!! Amanhã pode ser o
vosso! Peço-vos que vejam até ao fim e que deem o vosso
contributo... Comentem, Partilhem, sugiram... Desde já o meu bem
haja!”
Quanto
à senhora, que não conheço, dá pelo nome de Maria José Verdete.
Quanto ao vídeo, trata-se de uma exposição de um caso de “bulling”
sofrido por seu filho e que, pela angústia de falta de respostas,
foi levado à SIC, ao programa “Linha Aberta - Com Hernâni Carvalho”, na emissão do passado 28 de Novembro.
De
grosso modo, a história conta-se assim: o seu filho, com treze anos,
é aluno de uma escola da zona de Coimbra e, conforme o alegado no
programa, já há muito que, por parte de outros colegas, lhe é
infligido “bulling”
-este comportamento
“é
caracterizado pela violência física e/ou psicológica, de forma
intencional e continuada, de um individuo, ou grupo contra outro(s)
individuo(s), ou grupo(s), sem motivo claro”.
Prosseguindo
na explicação sumária, como a criança tem medo de frequentar o
estabelecimento de ensino onde se encontra matriculada, na
subsequência, está ser medicada até para dormir. Acompanhada de
perto pela CPCJ, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, e por um psicólogo, um pedo-psiquiatra e pelo médico de
família, a criança tem vindo a manifestar outras derivas
psico-somáticas. É de opinião dos clínicos que o adolescente deve
ser transferido com urgência para outra escola. Contactaram a
DIGEstE, DIREÇÃO-GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES
, em Lisboa, e apresentaram uma
exposição para o drama que, juntamente com o herdeiro, estavam a
viver noite e dia. Da capital veio o deferimento para que, em face da
gravidade do problema, o seu miúdo pudesse ser transferido para uma
escola profissional na área da Aguieira. O catraio mudou-se para a
nova escola e, pelo que é dito no vídeo, estava a gostar e a
adaptar-se bem. Já sorria e até dormia melhor. Eis então que ao
fim de duas semanas a frequentar a nova casa de ensino o paradoxal
acontece: recebem da DIGEstE uma comunicação a dar o dito por não
dito. Ou seja, ao abrigo da lei o aluno não poderia continuar
naquela escola por a sua idade ser inferior a 15 anos -o rapaz tem
treze- e, por isso mesmo, teria de voltar novamente ao sítio onde
foi continuamente molestado e que lhe causava distúrbios psíquicos.
É então que os pais, manifestamente em aflição, vão consultar a
referida lei e constatam que o parafraseado sobre a idade não é
imperativo mas condicional. Segundo o que se descreve na reportagem
pelo pai, a lei prescreve que qualquer criança “preferencialmente”
com quinze anos pode ingressar num estabelecimento de ensino
profissional. Para melhor se entender, este “preferencionalmente”
quer dizer que, sempre que possível, se deve procurar que o aluno
tenha quinze anos, mas, no caso de não ter, subentende-se, sempre
que forem invocados motivos de força maior, pode ingressar com menos
idade.
Entre
muitas outras interrogações, deste aberrante comportamento de um
órgão do Estado, uma pergunta subjaz: andam a brincar com a saúde
psicológica destes pais e filho?
E
agora para si leitor: e
se fosse consigo?
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