Mais
duas lojas encerraram na Baixa. Uma, na Rua Visconde da Luz, de
pronto-a-vestir, foi a Estrela Verde. Com cerca de oitenta anos, duas
gerações, pais e filho, alegadamente acaba aqui o seu percurso
comercial, pelo menos com esta marca. Há muito tempo que o senhor Américo, já com mais de
sessenta anos, prometia não continuar muito mais tempo na vida
enfadonha em que se transformou a venda de rua.
Outro
estabelecimento que fechou portas foi o do senhor Carlos Alberto
Henriques, na Rua Adelino Veiga, que se dedicava à venda de
atoalhados e artigos para o lar. Este espaço na rua do poeta morto
Adelino Veiga foi até 2005 de gerência das Modas Veiga.
Posteriormente, em 2012, foi tomado de arrendamento por Carlos
Henriques, que anteriormente esteve estabelecido na Rua da Moeda e na
Rua da Louça.
A
VERGONHA QUE ENVERGONHA
A
Rua Adelino Veiga, que até por volta de 1995 foi a
artéria de mais movimento de pessoas e comércio da Baixa, hoje está
transformada numa via abandonada e de aspecto fantasmagórico. Com uma extensão
de centena e meia de metros, tem cerca de dezena e meia de lojas
encerradas. Para piorar, é o “abandalhamento” que transmite ao
transeunte e que causa repulsa ao mais insensível. Para quem entra
pelo lado da Praça do Comércio, percorrendo cinquenta passos,
encontra um amontoado de cobertores e lixo no átrio das montras que
pertenceram à desaparecida Românica. Creio que três sem-abrigo
pernoitam ali todas as noites. Tanto quanto julgo saber, este espaço
tem uma grade de protecção, ora, sendo assim, por que razão os
serviços do departamento de Acção e Família, da Câmara Municipal, para além de
verificarem se estas pessoas estão sinalizadas, não contactam o
proprietário do imóvel e o convence/intima a fechar o espaço?
Percorre-se mais uns oitenta passos e, numa antiga loja que também
pertenceu às Modas Veiga, o lixo e um cheiro nauseabundo incomoda e
salta à vista. Segundo uma vizinha, “olhe que ainda há dias
limpámos tudo, mas voltaram a sujar tudo. Até ratinhos temos visto
a passear-se por aí.”
Mas
nem tudo são más notícias, ao que parece, o prédio do antigo El Dorado, que fechou em 2015, vai ser ocupado com tecidos a metro e outros artigos
similares, por conta de uma grande firma deste ramo de negócio e que
tem sede aqui, numa rua estreita.
2 comentários:
Quanto ao fecho das lojas da baixa deve-se questionar a câmara municipal, onde é que as pessoas podem estacionar sem pagar para ir às compras, pois nos centros comerciais existe estacionamento grátis. Os sem abrigo quanto mais se lhes dá sem exigir nada em troca, mais lixo fazem para os outros limparem.
Eu continuo a bater na mesma tecla;há falta de união dos comerciantes na baixa da Cidade!um fala pra um lado outros pro outro;mas quando passa o representant da Cãmara Municipal estendem a passadeira e desdobramsse em lamechismo.A união faz a força e infelizmente na nossa baixa nem uma coisa nem outra existe!
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