sábado, 23 de dezembro de 2017

BOAS FESTAS, COM TUDO E MAIS ALGUMA COISA DE BOM

(Imagem da Web)




Meus amigos, começo por me retratar: ainda não vai ser este ano que vos vou oferecer uma prenda que valha a pena. E se vocês merecem! Ai não? Então, todos os dias a lerem os disparates que escrevo -com justiça, diga-se a propósito, nesta parte do absurdo não estou sozinho-, imagino o sentimento de dívida que cada um de vós deve sentir pelo ingerir de certas doses massivas de literatura de cordel produzidas na minha fábrica. Mas, como dizia a outra, isso não interessa nada, vamos lá às explicações pela impossibilidade de, mais uma vez, este ano não oferecer uma prenda de jeito aos leitores. É assim, eu estou como o Governo, este 2017, no segundo semestre, foram só azares. Nem vos conto. Tem sido só percalços, até já pensei em ir à bruxa... Mas passemos à frente e concentremo-nos no essencial, que é a questão das prendas, e deixemos o acessório. Vejam bem que tinha encomendado um camião de leitões para, depois de assados, oferecer a todos os que fazem o favor de gramar os meus pensamentos plasmados em escrita barata. Então, com a má sorte a perseguir-me, sabem o que aconteceu, não sabem? Pois, foi isso mesmo: ontem, junto à Ponte-açude, em Coimbra, o veículo que os transportava capotou e morreram dois pobres suínos. Uma tragédia, como se imagina. Nem sei como é que com tantos protectores dos pobres bichos não se manifestaram, cortando a estrada. Apesar do meu percurso de desdita, vá lá, tive sorte. Continuando a desfiar o rol de amarguras, é certo que, felizmente, todos os outros se salvaram, e, é claro, vocês até podem perguntar: por que não prosseguiu o plano de os conduzir ao matadouro e posterior forno de assadura? A razão, aliás duas, é que eu, perante aquele desastre em forma de sorte, não podia prosseguir no traçado pré-concebido para os animais. Explico melhor: se o destino me pregou aquela partida, mais que certo, por linhas tortas, estava a querer dizer-me que, numa espécie de perdão natalício, deveria comutar a pena de morte para os pobres brutos... É ou não é? Pois é! Também é certo que, pensemos por um momento, eu podia fazer de conta que não ligava a coincidências e continuava. Ora, está de ver que os porquitos, depois de uma pancada daquelas, de certeza absoluta ficaram traumatizados. É ou não é? O que ia acontecer se eu os mandasse para o forno e depois os enviasse para cada um de vós? O óbvio, iam perpassar o recalcamento para quem os comesse... Estou certo, ou estou errado? E depois? O mais certo é ficarem doidinhos, a baterem mal, e nunca mais lerem nada do que eu venha a escrever. É ou não é verdade? Claro que é! E o problema é que eu não posso perder clientes. Se não, qualquer dia tenho de escrever pr'o boneco. E como é que ganho a vida?
Mas o meu azar não acabou aqui. Como desisti logo de oferecer o leitão assado para a árvore de Natal dos leitores, mandei embrulhar uma medalha de ouro -de 18 quilates, que eu não dou pechisbeque, homessa!- para cada um. Carregado que nem um burro espanhol, encaminhei-me para os Correios para fazer a expedição. Azar danado! Bati com as trombas na porta. Ontem estiveram de greve. É preciso ter muito galo... Porra!
Tenham lá paciência! Para o ano, tendo em conta que a sorte e o azar são como o tempo sempre em mudança, é que vai ser. Tenham fé e não desistam. Em 2018 vou esmerar-me.
Façam o favor de chatear o vizinho o menos possível e, sem pedirem muito ao menino Jesus -que também deve estar em crise-, façam o favor de apanhar a felicidade quando ela passar na vossa porta.
BOAS FESTAS!

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