Perante
um repleto Salão Nobre da Câmara Municipal de Coimbra, foi
apresentado hoje a 2.ª fase do Sistema de Mobilidade do Mondego.
Com cerca de quarenta
minutos de atraso em relação ao calendarizado, Pedro Marques,
Ministro do Planeamento e Infraestruturas, rodeado com um poderoso
séquito, em passo militar irrompeu na grande sala dos actos e tomou
o lugar central na mesa de painel. À sua esquerda estavam sentados
Ana Abrunhosa, Presidente da Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Centro, e Luís Marinho, Presidente da
Assembleia Municipal de Coimbra. À sua direita estavam acomodados
Manuel Machado, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), e
João Ataíde das Neves, presidente da Câmara Municipal da Figueira
da Foz e ex-aequo presidente da CIM, Comunidade Intermunicipal
da Região de Coimbra.
Como
é protocolar, abriu a sessão Manuel Machado. O edil de Coimbra,
começando por cumprimentar os representantes das várias entidades
presentes, incluindo o governante, vereadores, deputados, jornalistas
e público em geral, em pose professoral e tentando uma humildade
difícil de obter, numa mensagem clara e apelativa, iniciou o seu
discurso com a frase “neste dia esperançoso para
Coimbra e sua região...”. Prosseguiu com “...se a solução for
concretizada até 2021, Pedro Marques será uma figura determinante
em Coimbra”. Disse ainda o edil conimbricense: “Ao
pragmatismo de Pedro Marques em desatar este nó, a CMC quer
corresponder com igual pragmatismo”. “(…) A CMC não faz
finca-pé nos carris. O que é fundamental é que o projecto seja
realizado para o transporte de pessoas...”. “(...) O projecto não
pode perder mais tempo. Tem de ser exequível. Não se pode perder
mais tempo...”. “(...) A Estação Velha tem de ser
reabilitada...”. “Dito isto, há que meter mãos-à-obra!”.
“(…) Esperemos que não surjam empecilhos do costume!”. “(...)
Conto convosco para apoiar este projecto”. “Vamos virar a página,
senhor Pedro Marques?”
E
FALOU O PRESIDENTE DO LNEC
Em
seguida tomou da palavra o presidente do LNEC, Laboratório Nacional
de Engenharia Civil, Carlos Pina, que depois de cumprimentar todos
passou a palavra a outra técnica. Esta e outros funcionários,
suportando-se em painéis projectados, exaustivamente defenderam este
novo sistema Metro-bus. Tendo em conta a orografia do terreno, o
anterior projecto não era compatível, justificaram. Remataram com a
longa experiência da entidade ao serviço dos governos e do Estado
Português.
E
FALOU ABRUNHOSA
Depois
da longa explanação técnica dos representantes do LNEC, subiu ao
pódio Ana Abrunhosa. A presidente da CCDRC começou por declarar a
independência e isenção do LNEC neste logo processo. Disse depois
que “a solução do metro ligeiro de superfície (LRT) esteve
prevista durante a fase de negociação do Portugal 2020 no Plano
Operacional Regional do Centro em 2014”. Num inquérito à
mobilidade de 2008, prosseguiu com números de afluência entre todo
o percurso desde Serpins até Coimbra.
Continuou a rainha do
palacete dos Loios com a mostra de enquadramento da fase I, agora com
conclusões. “Em 2015 o LNEC elaborou a fase 1 do presente
estudo:
-concluiu-se que o
canal SMM pode ser usado por uma solução de transporte colectivo de
alto desempenho em sítio próprio.
-Foi evidenciada a
importância de (entre outras) diminuir a incerteza nos valores da
procura estimada; menor investimento inicial; custos de manutenção
e operação mais baixos dos que já conhecidos.”
Continuou a musa da CCDRC -nomeada para a função no governo de
Passos Coelho-, agora no enquadramento da fase II: “A CCDR
Centro contratou ao consórcio LNEC/IPE a fase II do estudo “Análise
Comparada de Soluções Tecnológicas de Transportes para um SMM
custo-eficiente”. “A fase II teve como objectivo
analisar a viabilidade de uma opção de alta prestação como
solução para o SMM, que garanta o reforço das condições de
mobilidade nos concelhos de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã”.
Concluiu
a líder da comissão de coordenação centro que, perante todos os
pressupostos apresentados, a questão era tão só que a Comissão
Europeia não aprovava um projecto assente sobre carris que custa à
volta de 280 milhões. Aliás, exigiu que fosse apresentado em
Bruxelas um outro plano, mais eficiente, adaptável a todas as
variantes imponderáveis, e menos oneroso. Foi assim que se chegou a
este projecto agora mostrado. Os autocarros não estão contemplados
mas facilmente serão elencados no Plano Operacional
SEUR, afirmou Ana Abrunhosa.
E
FORAM PROJECTADOS VÍDEOS
Foram
mostrados vídeos do BRT em alguns países do mundo, um deles, no
Japão, com perspectivas muito idênticas aos terrenos suburbano e
urbano de Coimbra e adaptáveis ao sistema do tipo Metrobus em canal
de via única e de guiamento automático (mas assessorado por um
motorista nos primeiros tempos). Este investimento, “moderno,
confortável, rápido e fiável, prático, seguro”,
rondará entre os 75 e os 90 milhões de euros e, para além da
ligação ao alto de São João tendo por meta Serpins, percorrerá
todo o trajecto de trecho urbano anterior via superfície apresentado
na fase I, que vai desde a Estação Velha, passando pela Loja do
Cidadão em direcção a Celas até aos Hospitais da Universidade.
Cada carruagem no serviço suburbano terá uma lotação de 55
lugares sentados. No serviço dentro da cidade, urbano, a lotação
será de 130 lugares sentados e em pé.
E
FALOU O SENHOR MINISTRO
Finalizou a
cerimónia Pedro Marques, o ministro socialista da Boa-nova. Começou
por cumprimentar todos os presentes, individualmente e em
representação protocular. Como simples detalhe, certamente por
lapso, não referiu o presidente da Assembleia Municipal de Coimbra,
Luís Marinho.
De rosto fechado e sem se rir, continuou Pedro Marques a declarar que
este projecto “multimobilidade, configurado para outros
transportes”, é para levar para a frente e já estão
pessoas a trabalhar no terreno. “Já adjudicámos os
trabalhos preliminares. Acredito neste projecto. Os três anos e meio, a finalizar em 2021, já começaram a contar", disse.
E
O MILAGRE DOS PASTORINHOS ACONTECEU
Com o alto
patrocínio de Nossa Senhora das Eleições e conjuntamente com o
poder intemporal dos Pastorinhos, agora santos, o ministro em
exercício que Manuel Machado gostaria de ter sido, com voz bem
timbrada e melhor colocada, sem tremer no timbre, nem vacilar no
corpo, como que a querer provocar a força milagrosa da nossa
padroeira Rainha Santa, anunciou a todos os presentes, que já
acreditam em prodígios e naqueles que hão-de ganhar fé no PS e,
colocando a cruzinha, vão ajoelhar e rezar perante a urna do
sufrágio no próximo Outubro, Pedro Marques revelou: “HOJE
MESMO LANÇÁMOS O CONCURSO PÚBLICO PARA COIMBRA B”.
(PODE LER AQUI (CLIQUE EM CIMA) A SEGUNDA CRÓNICA SOBRE ESTE MESMO ASSUNTO)
Sem comentários:
Enviar um comentário