segunda-feira, 1 de março de 2021

MEALHADA: UMA LUZ PARA A VIDA DE ADRIANO

 

(imagem da Web)




Conforme é público, tudo começou com dois desabafos de um cidadão de nome Adriano Ribeiro, residente na Mealhada, e publicado no dia 23 e 24 do mês transacto no Facebook.

Num português legível, Ribeiro começava por pedir desculpa a alguém que se sentisse ofendido por contar um pouco da sua história. Dizia que há doze anos atrás vivia numa casa de renda, mas como ficou desempregado não tinha meios para pagar a mensalidade. Então a madrinha deu-lhe um barracão, que, para além das quatro paredes não tinha mais nada, para viver com a sua filha mais velha – agora são três crianças. Arranjou trabalho e, sem ajuda, foi fazendo os melhoramentos sozinho. Hoje, graças ao seu transpirado suor, não lhe falta nada… Isto é, à excepção de energia eléctrica, que até agora, através de um cabo, vinha da casa de sua mãe.

Mas alguém fez queixa, e até ao dia 26 de Fevereiro, há quatro dias, por imposição superior, presume-se que a E-Redes, o cabo eléctrico teria de ser desligado.

Eu não estou a pedir que a câmara me pague nada, apenas que me ajude a tentar solucionar o meu problema ... Obrigada a todos e as minhas sinceras desculpas”, concluía Adriano Ribeiro, no Facebook.

Logo a seguir, no calor da notícia, a publicação foi objecto de mais de uma centena de gostos, mais de uma centena de comentários e de mais de uma dezena de partilhas.

Mas passados cinco dias, como ciclone que passou e desapareceu no horizonte, aparentemente, estava nas catacumbas do esquecimento. Não é bem assim. Sendo mais preciso, não estava porque cerca de uma dezena de comentadores que se interessaram pelo caso e também alguns vereadores ligados à maioria e à oposição continuavam a trabalhar na sombra.

Por linhas travessas, embora sem confirmação, vim a saber que Hugo Alves Silva, vereador sem pelouro do movimento Juntos pelo Concelho da Mealhada (mJPCM), tencionava abordar hoje, Segunda-feira, o problema na primeira Reunião de Câmara do mês.


O QUE DISSE O LÍDER DO mJPCM?


Abordado Hugo Alves Silva e interrogado se tinha levado o assunto ao Executivo e, a ser verdade, como tinha corrido, respondeu Hugo:

Eu julgo que os serviços municipais ficaram com uma ideia clara das necessidades.

Pressenti que por parte da senhora Chefe de Divisão de Gestão de Urbanismo havia vontade de cooperar, tentando apontar caminhos legais a percorrer.


MAS A MAIORIA NÃO DISSE TUDO…


De uma fonte camarária, que pediu o anonimato, consegui saber que a maioria no executivo, perante este caso que devia chocar todos, evitando a dimensão social, não dorme em serviço. Ou seja, na reunião não disse tudo o que sabia, nem disse tudo o que tinha feito até aí.

Segundo o meu informador, logo na terça-feira, dia 23 à noite, logo que viu a publicação, o vereador Nuno Canilho, vereador da Acção Social, diligenciou junto da acção social e, além de mais, contactou Adriano Ribeiro, actualmente a trabalhar em Espanha.

Também fui informado que, nos dias subsequentes, Arminda Martins, vereadora com o pelouro da Fiscalização e Gestão de Obras Municipais por empreitada ou administração direta, também comunicou com o munícipe. E que está já tratar de resolver o problema.

Quando interrogo a minha fonte se vai haver solução, enfatiza: “a vereadora Arminda Martins, que é engenheira civil, está com o dossier em mãos. Pela sua competência, sei que está mesmo a resolver o assunto. De qualquer forma a Senhora Chefe de Setor da Ação Social e a Diretora da Adelo, Sónia Coelho (a Adelo tem a incumbência do Serviço de Acompanhamento e Atendimento Social - em articulação com a Segurança Social naquela área especifica) estão a acompanhar a situação. Atente-se, porém, a legalização da habitação tem um conjunto de problemas associados. Aquela zona não é área urbana, o terreno ainda está em nome de um familiar que lhe fez uma promessa de doação do terreno.

Sei que vai ser feita, nomeadamente, uma visita ao local por parte dos técnicos municipais e a recolha de toda a informação possível que ajude a deslindar a dimensão jurídica e legal. Compreenda-se, no entanto, que a Câmara Municipal não tem autoridade para validar violações do Plano Diretor Municipal, nem assumir qualquer ação ou decisão contrária à lei.


NOTA DE RODAPÉ: Por lapso, tomei o Senhor Adriano Ribeiro como sendo de etnia cigana. Não é. Ao próprio e aos leitores as minhas desculpas.

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