(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
"Carta
aberta aos
Exmos Srs administradores
da Página da Câmara Municipal de Coimbra(Página não oficial):
Exmos Srs administradores
da Página da Câmara Municipal de Coimbra(Página não oficial):
Com
esta carta pretendo apenas um esclarecimento para que possa definir a
minha postura face a esta página.
A publicação de um post do PNR (Partido Nacional Renovador) foi um acto pensado da vossa parte ou foi um lapso?
A publicação de um post do PNR (Partido Nacional Renovador) foi um acto pensado da vossa parte ou foi um lapso?
Não
pretendo levantar polémicas, nesta página, com o partido em causa
pois toda a polémica gera um alargar do espaço público ocupado.
Quero eu dizer com isto que toda a publicidade é boa publicidade. E
eu não pretendo ser uma acha dessa fogueira.
Resumindo
pretendo que esta página me esclareça se é conivente, facultando o
seu espaço, com a propagação de ideias xenófobas, misógenas,
fascizantes e todo o tipo de abjecções que delas derivam ou se se
coloca do lado humanista e democrático da civilização.
Com
os melhores cumprimentos
Ricardo K"
Ricardo K"
Caro
senhor Ricardo Kalash. Uma vez que sou o moderador e responsável pela publicação
em análise na Página da Câmara Municipal de Coimbra (não oficial), respondo com muito gosto à sua interpelação sobre o post
do membro Jorge Cardoso (que não conheço).
Vou
dividir a minha resposta em duas partes. A primeira, com alguma
veleidade, tomo a pretensão de, partindo do seu particular, ir para
o geral. Sem que tenha qualquer interesse para o caso, tomo a
liberdade de me afirmar liberal de convicção. Ou seja, sem impor a
minha, respeito a idiossincrasia de cada um desde que algum deles não me
obrigue a concordar a sua forma de ser. Assim como todas as
convicções ideológicas, políticas, religiosas, sociais, ou
outras.
Sem
ser muito letrado, no sentido de melhor poder avaliar, procuro ler o
que me suscita curiosidade e, para ao caso em apreço, conheço
relativamente bem a História Universal, com alguma incidência no
século XX. Isto para lhe dizer que estou a par das deportações e,
presumível, morte de cerca de 60 milhões de soviéticos a mando de
Estaline e dos que vieram a seguir na linha do Marxismo-leninismo.
Tenho
procurado saber o que levou à ascensão de Hitler e à elevação do
partido nazi, em 1933, ao desencadear da Segunda Guerra Mundial, em
1939, e ao morticínio de cerca de 70 milhões de pessoas. Sem
qualquer relevo para aqui, declaro que já li o Mein Kampf,
obra panfletária do ditador escrita na prisão.
Embora
sicários da barbárie, um de extrema-esquerda (radical) e outro de
extrema-direita (ultra fascista) são ambos farinha do mesmo saco.
Como quem diz, para mim, são apenas resultado das purgas
ideológicas, do interesse egoísta desenfreado e intrínseco aos
humanos, com a sobranceria em que cada um se arvorava, e,
historicamente, onde têm o seu lugar cativo, valem apenas por isso,
por que não é possível apagar a sua passagem terrível por entre a
humanidade.
Ainda
na parte geral, informo o caro membro Kalash que conheço o texto da
Constituição da República Portuguesa no que incide
sobre o assunto, nomeadamente os artigos 13º, 1 e 2, Princípio
da Igualdade, o 37º, 1 e 2, Liberdade de Expressão e
Informação, e o 46º, 4, Liberdade de Associação
-neste artigo, mesmo não concordando, respeito o primado da lei
supra.
E
agora vou ao particular, sobre o texto promovido pelo membro Jorge
Cardoso e associado ao PNR. Como imagina, para mim, tanto vale um
texto do Partido Nacional Renovador como um idêntico do PCPT/MRPP,
desde que não incitem à violência e a relevantes maus caminhos
sociais. Como é caso deste agora plasmado, se promoverem a discussão
pública sobre qualquer tópico considerado, ou não, tabu pela
comunidade, são aceites de redobrado bom-grado.
Bem
sei que, se eu alinhasse no apelidado politicamente correcto, só devia publicar comunicações relativas a um dos lados da facção, como
quem diz no incidente à esquerda. Acontece que, embora seja
completamente anónimo, tenho cabeça e, algumas vezes, tenho por
hábito usá-la para pensar. E mais: embora influenciado por outros,
ninguém manda.
Enquanto
eu for moderador desta página meu caro senhor Ricardo Kalash,
reconhecido actor talentoso da cidade, tanto importa a sua
publicidade ao “Guarda-chaves” como outro
arrazoado de um qualquer cidadão que mal consegue exprimir-se
através da escrita -ainda que o conteúdo seja sujeito a escrutínio
e valoração.
Para
terminar -que
até nem fui muito longo, pois não? -
para que não pense que estou a ser juiz em causa própria (o que até
é verdade), ou que estou agarrado ao lugar, Vossa Mercê pode pedir
uma reapreciação, aliás legítima, de desempenho de missão para o
fundador e administrador da página, senhor Gonçalo Gunty.
Com
os melhores cumprimentos.
António
Luís Fernandes Quintans
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