Durante
a última
semana estive de “vacances”.
Como
quem diz, arredado das questões de escrita. Claro que não deixei de
ler todas as informações referentes a Coimbra e, com maior enfoque,
à Baixa.
Bem
sei que não fiz falta alguma. Nem precisa de dizer, homessa! Afinal,
concordo, eu é que devo agradecer a gentileza de você fazer o favor
de ler o que plasmo aqui. Se a necessidade, o interesse, move o
homem, neste caso, o necessitado sou eu porque gosto de escrever e
ser lido – escusado será dizer que quem semeia palavras por gosto
precisa
que elas sejam colhidas, senão,
inevitavelmente, cansa.
Foi
somente uma pequena interrupção na rotina diária para
descansar.
Alterando
o costume, durante
uns
dias, no
“dolce
far niente”,
num
apartamento voluntário das lides diárias, consegui
não redigir
um texto.
Como
disse em
cima,
apesar de me manter informado, não foi surpresa encontrar a Lusa
Atenas
na
mesma pasmaceira, sem
grandes novidades e
no mesmo rame
rame.
A
originalidade maior, para a cidade e
para
Portugal, foi
o nascimento do semanário
Movimento de Humor
neste 5 de Outubro, Dia
da Implantação
da República.
É certo que, fazendo lá uma perninha
por
convite amável
de José Gomes, o mentor do projecto, não poderia manifestar-me de
outro modo, mas, desejando longa vida ao novo periódico, estou em
crer que, em metáfora, é uma espécie de pedrada no charco, uma
tentativa de, com riso sarcástico de
orelha-a-orelha,
fazer estremecer
uma
cidade retesada, demasiado formal, que, levando-se muito, demasiado,
a sério, parece assentar as suas estacas fundacionais na
tradição das vestes académicas. Como se deve calcular não sou
contra a tradição, mas mesmo os costumes, sem beliscar
a
essência dos seus princípios, devem estar aptos a uma dinâmica de
mudança. Quando não se verificam transformações
de adaptação aos novos tempos o
mais certo é desaparecerem
afogados
na modernidade. Portanto, por conseguinte, apesar de adivinhar as
dificuldades em fazer rir numa urbe de fado tristonho e sorumbático,
espero sinceramente que o novo título seja um sucesso.
Ainda
na parte de
novas
da
cidade, embora sem ser original, saliento a notícia da discussão,
hoje, no Executivo Municipal em, mais uma vez, se apresentar um
projecto para, na linha do Mercado
de Campo de Ourique, concessionar
o Mercado Municipal Dom Pedro V à
restauração e com feiras temáticas. Há muito que este espaço importantíssimo está agonizante. É uma óptima ideia, já o
escrevi várias vezes. O problema é que a idealização
para a nossa popular praça parece
estar
enguiçada.
Tal como outros
projectos, como
o
do metro ligeiro de superfície, o
da
criação de um percurso para o eléctrico até Santa Clara, o
da
construção do novo tribunal, o
da
abertura completa
da
Avenida Central e mais recentemente o
da
construção do novo aeroporto internacional de Coimbra, só depois
de realizados materialmente se acredita. Até acontecer, não passa
de mais uma atoarda atirada ao vento em
época de abertura de caça ao voto, de pré-eleições.
Basta termos boa memória, o executivo liderado por Barbosa de Melo,
o ex-presidente que antecedeu Manuel Machado na cadeira municipal,
com o
ex-vereador João
Orvalho como responsável pela
concepção e que, sendo uma esperança, acabou afastado,
prometeu
e não cumpriu. Já neste reinado de Machado, depois
de
2013, também este plano foi capa de jornais. Portanto, como
a história de Pedro e o Lobo, mesmo sendo mais que urgente a sua revitalização, manda
o bom senso que não se dê muito crédito a este refugado.
No
tocante à
Baixa, entre as colunas do deve
e haver,
mostrando o deve
pelo encerramento de duas lojas na Rua Eduardo Coelho, em
que uma delas foi a última sapataria que dava nome a esta popular
ruela comercial, e o haver
pela abertura de um novo espaço dedicado a “recuerdos”
para quem nos visita na
Rua das Padeiras tudo continua igual.
Agora,
já em pleno, estou cá para, metendo uma farpa aqui e outra acolá,
umas vezes em opinião e outras em análise, irmos pensando sobre o
que os políticos nos querem impingir. Mesmo não o vendo nem dando
acordo de si, leitor, sei que você anda por aí.
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