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O
PS QUER OU NÃO QUER A
CRIAÇÃO
DE UM FUNDO DE
SUSTENTABILIDADE
EM COIMBRA?
-
CARTA ABERTA AO SR. LUÍS QUINTANS – a propósito da residência de luxo
-
A criação de um FUNDO DE SUSTENTABILIDADE, que existe noutros municípios, irá ajudar a resolver os problemas de mobilidade, estacionamento e transportes públicos que existem em Coimbra e que fazem sofrer os seus munícipes.
-
Desafiamos o Partido Socialista a trabalhar com competência e a
respeitar o interesse público e dos munícipes. Se assim for, o
projecto de residência de luxo para estudantes poderá ser aprovado.
0
Meu
caro Sr. Luís Quintans, antes de responder à sua carta aberta,
relativa à votação do projecto de residência de luxo para
estudantes, vamos aos factos:
1
– O que impediu a aprovação do projecto foi a incompetência do
Partido Socialista, que nem a sua maioria conseguiu fazer funcionar.
Em última instância, a oposição não sabia como o vereador
Francisco Queirós ia votar, porque ele não foi explícito. É um
espanto que num investimento desta dimensão, o Presidente da
Câmara/PS não tenha conversado com ninguém, nem com a sua própria
maioria, para conhecer o seu sentido de voto, nem para procurar
ultrapassar as divergências com os outros partidos. Aliás, mais
parece que o projecto foi à Câmara, nestas condições, de
propósito para ser chumbado… Para todo o aproveitamento político
posterior. Não é assim que se governa uma Câmara e se trabalham os
projectos importantes.
2
– O movimento Somos Coimbra (mSC) apresentou uma proposta
construtiva e positiva para a cidade, como faz em todas as
circunstância, proposta essa que já tem vindo a apresentar há
meses, a criação de um Fundo de Sustentabilidade, que existe em
outros municípios, a que a Câmara nunca ligou, prejudicando a
cidade. A sua aplicação a este caso teria permitido a sua
aprovação. Por conseguinte, tudo está nas mãos do Partido
Socialista, que acusa os outros para mascarar os seus próprios
erros.
3
– O Partido Socialista quer ou não quer a criação de um FUNDO DE
SUSTENTABILIDADE, que irá ajudar a resolver os problemas de
mobilidade, estacionamento e transportes públicos que existem em
Coimbra e que fazem sofrer os seus munícipes? Aguardamos a resposta.
4
- É evidente que os pressupostos do promotor quando propõe o
projecto não correspondem à realidade. Quem tem dinheiro para estar
alojado em alojamento de luxo e ficar em Coimbra vários anos, vai
obviamente ter automóvel na sua maioria e não na sua minoria. Por
conseguinte, a pressão de estacionamento público vai ser brutal e
preencher todos os lugares não pagos daquela zona, com prejuízo dos
locais. Referem que os estudantes vão andar de bicicleta; mas que
condições tem Coimbra para as pessoas se deslocarem de bicicleta?!
5
– O recurso sistemático ao regime excecional das alíneas a), b) e
c) do n.º1 do art. 133.º do Regulamento do PDM, de forma
generalizada, alimenta situações de pura injustiça entre
requerentes, ao mesmo tempo que, de forma incremental, agrava os
problemas de acessibilidade e estacionamento em zonas consolidadas,
já por si extremamente deficitárias. Esta situação é
particularmente agravada nas operações que envolvem alterações à
área de superfície de pavimento ou de usos do solo, podendo
fomentar a especulação imobiliária, com sérios riscos de
favorecimento de interesses privados e prejuízo do interesse público
e dos munícipes.
6
– Recorde-se que para um projecto de 20 milhões, em que a área
bruta de construção passa de 5083 m2 para 11866 m2 (uma volumetria
brutal) e a área de estacionamento é reduzida para 1/3
(indiscutivelmente insuficiente), as taxas pagas ao município são
apenas no valor de 1% do montante do projecto!!!
7
– Aquela é uma zona nobre da cidade, particularmente quando o
Parque verde estiver arranjado. Sabemos que este projecto voltará à
Câmara. Desafiamos o PS a trabalhar com competência e respeitar o
interesse público. Se assim for, o projecto poderá ser aprovado.
I
Meu
caro Sr. Luís Quintans, os diálogos são particularmente
enriquecedores com pessoas inteligentes, motivadoras e que se
preocupam genuína e desinteressadamente com o presente e o futuro de
Coimbra. Por isso mesmo, vou responder, capítulo por capítulo, à
carta aberta que o Sr. Luís Quintans gentilmente me dirigiu.
Tenho
todo o respeito pelas suas opiniões e comentários e nunca os
considerarei como hostilidades mas sim como momentos de tertúlia e
partilha reflexiva, que Coimbra deveria estimular e não recear. Por
isso mesmo, sobretudo depois dos vários momentos de diálogo que já
partilhámos e sendo a nossa página do ‘Somos Coimbra’
totalmente aberta a todo o tipo de comentários, não me revejo nem
compreendo as suas apreciações de uma alegada “superioridade
moral”. Muito menos entendo que as nossas respostas e argumentos,
em diálogo franco, aberto e assertivo, possam ser considerados como
uma manifestação de que “não devesse ser escrutinada”. É
exactamente o contrário!!!
Este
género de apreciações não acrescentam nada de construtivo à
avaliação dos problemas. Está a ver, eu poderia devolver-lhe os
adjectivos, precisamente com o mesmo tipo de sustentação, mas não
o vou fazer, porque seria deselegante da minha parte, porque nada de
substantivo acrescentaria às questões objectivas que estão em cima
da mesa e porque tenho o maior apreço e admiração por si.
Concordo
inteiramente consigo quando afirma que à oposição no executivo
camarário não lhe chega ser do contra. Mais uma vez, não sei
porque chama esta afirmação à colação. Tem acompanhado o nosso
trabalho, sabe que apresentámos o mais extenso programa de todas as
candidaturas, sabe que temos apresentado dezenas de propostas na
Câmara, que são todas liminarmente rejeitadas sem debate nem
votação e saberá, certamente, que cerca de 90-95% (?) das nossas
votações na Câmara são votos a favor dos temas agendados. Além
disso, e porque é uma pessoa interessada e espero que vá lendo as
actas das reuniões da Câmara, em todos os principais temas
importantes em que votamos contra apresentamos declarações de voto
escritas a fundamentar as razões da nossa votação. Há alguma
forma de poder ser uma oposição mais construtiva do que esta? Não
conheço, mas agradecerei todas as suas sugestões.
Na
Câmara nunca nada é previamente dialogado com a oposição. Afinal,
qual é a função dos vereadores, aprovar tudo de cruz e de olhos
vendados?!
II
Respeito
muito a sua avaliação da seriedade de cada comparação, é a sua
opinião, mas se quer exemplos mais recentes, bem perto de si, tem os
horríveis e monstruosos caixotes construídos no Bota-abaixo, pura
especulação imobiliária (obviamente não inocente...) e que vieram
congestionar e estragar irremediavelmente parte da zona medieval da
cidade. Mas também foi um grande investimento... (porém, o projecto
de residência de luxo de estudantes é incomparavelmente melhor, que
não haja dúvidas).
Sim,
sejamos claros, o executivo liderado por Manuel Machado não tem nem
mostra ter qualquer estratégia para a recuperação e revitalização
da Baixa, o que parece ser permanentemente ignorado por quase todos!
Todavia, para além de claras linhas de orientação estratégica e
um plano de investimento, pretender que um movimento independente
apresente um Plano Director para a Baixa, não é uma crítica séria,
mais parecendo de quem apenas quer criticar de qualquer maneira e a
todo o custo.
A
realização de um Plano Director envolve todos os departamentos da
Câmara!!! Por isso mesmo, nunca nenhum partido político se
apresentou a eleição alguma com a apresentação de um Plano
Director, excepto quem, estando no poder, se recandidata.
Que
fique bem claro que somos favoráveis a todos os investimentos de
qualidade que promovam a recuperação, o desenvolvimento e o
crescimento ordenado de Coimbra.
Volto
a repetir, o mSC não analisou o processo do supermercado de média
dimensão escandalosamente instalado na Guarda Inglesa, junto ao
Convento de São Francisco, mas não é favorável àquele tipo de
estrutura naquele local.
Quanto
ao IKEA, somos favoráveis à sua instalação no local previsto. O
IKEA é uma loja âncora para qualquer cidade e seria um factor de
dinamização e valorização de toda a margem esquerda, atraindo
milhares de pessoas a Coimbra, o que seria extraordinariamente
benéfico para a Baixa. A loja mais rentável de uma cadeia nacional
de sofás, que também tem loja em Coimbra, é a que se localiza
junto ao IKEA de Loures, pois a instalação do IKEA, apesar de
parecer um concorrente directo, não lhe roubou cientes, bem pelo
contrário, trouxe-lhes muito mais clientes! Só não percebe este
efeito de atracção e potencialização quem não quer perceber! O
Partido Socialista está estupidamente a bloquear um grande
investimento importantíssimo para o concelho de Coimbra! Mas como é
o PS, já ninguém se escandaliza?
A
dinâmica do IKEA é positiva para Coimbra, assim como a dinâmica
concorrencial de uma ‘grande superfície’ de residências
universitárias de luxo (ainda que alguns possam não gostar da
concorrência...) também o será, naturalmente (desde que
respeitando o PDM e o interesse municipal). Porém, esperamos que
toda a gente perceba que INVESTIR EM COIMBRA TEM DE SER MUITO MAIS DO
QUE ISTO!!!! Nomeadamente no apoio às start-ups, etc., etc.
O
Sr. Quintans pergunta e eu fico espantado com as perguntas: o que
pretende o mSC fazer da Baixa? É a favor ou contra a vinda de mais
residentes?
Sr.
Quintans, espero que tenha lido o nosso programa, que não posso
copiar aqui, e que acompanhe o que vamos propondo na Câmara e
divulgando no FB do mSC. Repito, mais uma vez, que propusemos que a
Câmara invista já 20 milhões de euros na Baixa para criar uma sala
de estudo 24h, residências sociais de estudantes (que é o que falta
em Coimbra) e recuperação de casas para arrendamento a rendas
controladas, combatendo assim a especulação imobiliária.
III
As
suas últimas perguntas:
1)
Em que se baseia para classificar este investimento como
especulativo?
A
área bruta de construção passa de 5083 m2 para 11866 m2, enquanto
a área de estacionamento é reduzida para 1/3. Toda aquela zona vai
passar a ter um aumento brutal de pressão sobre o estacionamento,
particularmente o não pago. Quando o projecto estiver construído,
lá teremos as pessoas a queixarem-se, ainda mais, que não há
estacionamento na Baixa!
2)
Estando num sistema de economia de mercado, acredita, por acaso, que
algum investidor vai deixar cair um projecto e direccioná-lo para
outro objecto só porque é aconselhado por um movimento político
com assento no executivo?
Caro
Sr. Quintans, alguém aconselhou aquele investimento, pelo que alguém
pode aconselhar outros. Se a preocupação é com residências
universitárias, há muitas alternativas. Não nos critique por
estarmos ‘sempre contra’ (que não estamos!!!) e por
‘apresentarmos propostas’, porque isso é contraditório. É que
nós apresentamos SEMPRE propostas alternativas quando discordamos do
que é apresentado em reunião de Câmara.
Sr.
Luís Quintans, espero ter esclarecido todas as suas dúvidas e
questões.
O
movimento Somos Coimbra tem SEMPRE uma postura construtiva e
disponível para o diálogo. Infelizmente, a maioria PS/PCP, que
governa a Câmara, NUNCA teve qualquer iniciativa de diálogo com o
nosso movimento.
Com
os mais cordiais cumprimentos, José Manuel Silva
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