“Numa
curiosidade digna de registo - e para nos fazer pensar - o
supermercado
MiniPreço, junto à Estação Nova, passou a praticar
um
horário diário intensivo entre 08 e as 23h00, incluindo Domingos
e
feriados.”
Depois
de dias grandes, cheios de luz e cor, muito ruído do matraquear no
asfalto, cheiros intensos e variados, estamos no Outono. Agora que o
fluxo de turismo é menor na cidade, e a língua portuguesa recupera
novamente o seu exclusivo papel de charneira, por entre becos e
ruelas, como sói dizer-se, entramos na época do defeso. Se é certo
que nem sempre foi assim, noutros tempos o Dezembro natalício era o
respigo, o recuperar do que não fora colhido, agora, numa dinâmica
que se impõe devido a uma concorrência desenfreada, a compra e
venda tradicional, numa monotonia de continuidade linear, deixou de
contar com fases altas.
A
partir deste final de Outubro, até Março, seguir-se-ão cinco meses
de penar, de modorra, falta de energia e motivação, e de uma
incómoda acalmia para o comércio de rua.
Ainda
que, aparentemente, a Baixa continue igual – com muitas e
demasiadas lojas encerradas – a verdade é que, sem que demos por
isso, aceleradamente a paisagem comercial está a mudar. As lojas
mais antigas estão a desaparecer vertiginosamente. A diversidade que
caracterizou a zona, com ruas identificativas de sectores económicos,
e a que fomos habituados, está a desvanecer-se. No seu lugar surgem
sombras nubladas de um passado cheio de história.
Para
exemplificar, até há cerca de uma dezena de anos, só a Rua Eduardo
Coelho detinha 15 sapatarias – nos nossos dias, nem uma resta nesta
via estreita. Em contraste, hoje a Baixa apresenta na sua totalidade
16 negócios dedicados à venda de calçado.
Outro
exemplo, espaços comerciais consagrados a ferragens eram mais de uma
dúzia. Neste momento, em queda acentuada, só três resistem com
muita dificuldade.
Apesar
disso, a procura de espaços comerciais para arrendamento, desde que
a preços moderados, continua em alta. É facto que são pequenos
negócios sem grande investimento inicial e mais dirigido ao turismo.
Por outro lado, acarretando-lhes alguma vulnerabilidade, sem grande
poder económico e sem experiência. Como se imagina, numa
alternância continuada, o seu tempo de vigência não vigorará mais
de um ano. Nestes projectos, mormemente dirigidos por jovens,
ressalta uma enorme necessidade de trabalhar.
Ao
que se diz, mais duas lojas de artigos chineses vão abrir
proximamente, uma na Rua do Corvo e outra na Rua da Louça.
Por
larga maioria, continua a assistir-se a um cada vez mais reduzido
horário semanal por parte dos lojistas. Percebe-se a razão pela
desmotivação, mas, mesmo assim, não podemos deixar cair os braços.
Numa
curiosidade digna de registo - e para nos fazer pensar - o
supermercado MiniPreço, junto à Estação Nova, passou a praticar
um horário diário intensivo entre 08 e as 23h00, incluindo Domingos
e feriados.
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