(Foto do Diário de Coimbra)
Tendo
em conta a continuada situação de aproveitamento político, de
empobrecimento e desalento que as actividades comerciais tradicionais
da Baixa de Coimbra atravessam, diariamente e até às próximas
eleições autárquicas de 01 de Outubro, vou sugerindo medidas que,
se houvesse vontade política, poderiam servir para atenuar a queda e
o encerramento de mais espaços mercantis.
Estou
a escrever p'ro boneco? É o mais certo.
Reactivar
com eficácia as câmaras de videovigilância na Baixa
a)
Uma vez que o processo de autorização está “pendurado” na
Comissão Nacional de Protecção de dados, aproveitar para pedir um
aumento do número de aparelhos captadores de imagens a distribuir
pela zona histórica, Alta e Baixa.
Como
já escrevi muitas vezes, o plano de instalar as câmaras de
videovigilância -12 para segurança pública e 5 para visionar o
trânsito-, em 2009, surgiu para tapar o sol com a peneira. Ou seja,
como em 2008-2009 houve uma vaga de assaltos sem precedentes na Baixa
e os comerciantes lesados, alguns deles com vários arrombamentos no
currículo, mobilizaram-se e, apresentando-se na Assembleia Municipal
e no Executivo Municipal de Coimbra, fizeram pressão sobre o poder
político, este, encabeçado por Carlos Encarnação, tirou este
coelho da cartola. Na prática, e respeitando outras opiniões mais
avalizadas, este projecto de segurança, que custou mais de 150 mil
euros ao erário público, nunca apresentou resultados que
justificasse a sua utilidade -apenas num caso, à desaparecida
perfumaria Pétala, se provou que a prevenção funcionou. Passado
cerca de um ano, por volta de 2009, a PSP prendeu o gangue
e, naturalmente, a paz regressou a esta zona velha, ou pelo menos para valores que já tinham existido anteriormente. Então,
nos anos seguintes, foi uma overdose de aproveitamento
político para todas as entidades, incluindo a PSP. A criminalidade
estava sempre a descer... à custa das câmaras de videovigilância,
para fundamentar o investimento público, mas que, pelo que se dizia
e escrevia, nunca funcionaram com eficácia na visualização feita
pela polícia.
Foi assim que passou a haver uma concorrente à Rainha Santa Isabel. As pessoas passaram a virar-se para a santa videovigilância. Os comerciantes pediam segurança através de uma oração, tinham fé, acreditavam, e o milagre realizava-se.
Foi assim que passou a haver uma concorrente à Rainha Santa Isabel. As pessoas passaram a virar-se para a santa videovigilância. Os comerciantes pediam segurança através de uma oração, tinham fé, acreditavam, e o milagre realizava-se.
Então,
depois de se saber o que está acontecer agora, que por falta de
licenciamento por parte da Comissão Nacional de Protecção de Dados
estão desactivadas pelo menos desde 2016, o que é preciso fazer?
Primeiro,
que as autoridades aproveitem esta pausa burocrática para pedir um
maior número de câmaras e que, para além da Baixa, abranjam também
a Alta;
Segundo,
mostrem que, depois de implantadas na PSP ou outra entidade, vão
mesmo funcionar e não vão continuar a ser um faz-de-conta para
enganar os tolos;
Terceiro,
que não nos tomem por parvos. Pode ser?
Vale
a pena pensar nisto?
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