(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
É
feio auto-citar-me, mas escrevi este poema em 12 de Setembro de 2009.
Passados
oito anos, mudando alguns personagens, o versejado continua actual.
Se
uma imagem pode falar,
talvez esta não encante,
diz-nos que a velha Baixa
não é mesmo grande amante;
É uma cansada prostituta
rodada, pronta a ser usada,
quer por quem cá mora
ou político de “banhada”;
É usar para despejar
mil desejos recalcados,
até serve para enganar
os “tansos” atrofiados;
Tratam-na como puta,
mas não pagam o serviço,
inconscientes sem conduta,
esquecem o compromisso;
Mas a Baixa é mulher,
e no peito tem coração,
ai daquele que souber
que faz dela aberração;
Gritam todos ao senhor,
a vir-se sem condição,
nessa altura é amor,
amor do meu coração;
Mas se um prédio a capitular,
anuncia e se estatela no chão,
há magotes de gente a reclamar,
aparece logo a televisão;
E a Baixa coitadinha,
pouco formosa e insegura,
debutante tão velhinha,
virgem sem formosura;
Em campanha eleitoral,
todos falam em casar,
é em artigos de jornal,
todos a querem amar;
Mas a Baixa, que é tão baixa,
não pode ser coberta por tantos,
mesmo com o Metro em faixa,
já nem é salva pelos santos;
Se prometerem a santa Catarina,
ninguém acredita na salvação,
venha um Seco ou um Queiroz,
muito menos outra Encarnação;
A Baixa foi ouro que brilhou
em tempos de garimpeiros,
hoje nem Prata ressuscitou
a esperança soterrada em cinzeiros;
A mensagem política que é passada
é que é a memória a desaparecer,
mas pouco lhes importa, ou mesmo nada,
verdadeiramente, só interessa o poder;
A Baixa está condenada
a ser comida sem dó,
por baixo é penetrada,
por cima fazem cocó.
talvez esta não encante,
diz-nos que a velha Baixa
não é mesmo grande amante;
É uma cansada prostituta
rodada, pronta a ser usada,
quer por quem cá mora
ou político de “banhada”;
É usar para despejar
mil desejos recalcados,
até serve para enganar
os “tansos” atrofiados;
Tratam-na como puta,
mas não pagam o serviço,
inconscientes sem conduta,
esquecem o compromisso;
Mas a Baixa é mulher,
e no peito tem coração,
ai daquele que souber
que faz dela aberração;
Gritam todos ao senhor,
a vir-se sem condição,
nessa altura é amor,
amor do meu coração;
Mas se um prédio a capitular,
anuncia e se estatela no chão,
há magotes de gente a reclamar,
aparece logo a televisão;
E a Baixa coitadinha,
pouco formosa e insegura,
debutante tão velhinha,
virgem sem formosura;
Em campanha eleitoral,
todos falam em casar,
é em artigos de jornal,
todos a querem amar;
Mas a Baixa, que é tão baixa,
não pode ser coberta por tantos,
mesmo com o Metro em faixa,
já nem é salva pelos santos;
Se prometerem a santa Catarina,
ninguém acredita na salvação,
venha um Seco ou um Queiroz,
muito menos outra Encarnação;
A Baixa foi ouro que brilhou
em tempos de garimpeiros,
hoje nem Prata ressuscitou
a esperança soterrada em cinzeiros;
A mensagem política que é passada
é que é a memória a desaparecer,
mas pouco lhes importa, ou mesmo nada,
verdadeiramente, só interessa o poder;
A Baixa está condenada
a ser comida sem dó,
por baixo é penetrada,
por cima fazem cocó.
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